Os cabeças-de-lista do CDS/PP pelos círculos da Emigração às
legislativas de 27 de Setembro, José António Pereira e Rui Marote, consideram
que os portugueses na diáspora representam um potencial económico bastante
elevado que deve ser aproveitado por Portugal.
'Nós temos que saber que a nossa emigração é uma mais valia e representa um
potencial económico bastante elevado que Portugal vai ter que saber
aproveitar', declarou à Agência Lusa José António Pereira, que está a
candidatar-se pela primeira vez nas legislativas pelo círculo da Europa.
'Temos, por exemplo, os milhares de empresários portugueses nas comunidades que
têm empresas que geram milhões e milhões de euros por esta Europa fora e estes
empresários poderiam participar (...) na expansão da economia portuguesa',
defendeu António Pereira, que vive em França há 30 anos.
Para o candidato, 'até hoje, as políticas dos diversos governos que geriram o
país não foram ao encontro e nem deram apoios ou incentivos para que estes
novos empresários investissem em Portugal'.
Segundo António Pereira, o Governo deve pedir a estes
portugueses altamente qualificados 'o apoio para fornecerem a Portugal aquilo
que sabem fazer a nível de tecnologia, a nível das ciências e a nível
empresarial".
Em sintonia com José António Pereira está o cabeça-de-lista do CDS/PP pelo
círculo Fora da Europa, Rui Marote, defendendo que durante os últimos governos
os emigrantes têm sido tratados como 'cidadãos de segunda'.
'Os emigrantes, toda a vida foram tratados como portugueses de segunda e que o
CDS quer é que os emigrantes sejam portugueses de primeira. Nós queremos
principalmente é ouvir os emigrantes e o meu papel é fazê-lo', disse o
madeirense, que viveu 10 anos em Moçambique e que conhece a diáspora portuguesa
em alguns países, como Brasil, Austrália e África do Sul.
Sobre a reestruturação da rede consular, António Pereira referiu que o CDS/PP
"é contra os encerramentos feitos pelo Governo do Partido Socialista (PS)",
indicando que é necessário fazer uma melhor redistribuição e abrir novos
escritórios consulares onde forem necessários, dinamizando a promoção do
turismo e o intercâmbio comercial.
'Até hoje, os governos do PSD e do PS sempre falharam nisto tudo', disse,
referindo-se à estrutura e funcionamento dos consulados, posição secundada por
Rui Marote.
Sobre a promoção e ensino da língua e cultura portuguesas na diáspora, o
candidato pelo círculo da Europa afirmou que 'uma falha no ensino da língua
portuguesa" e "falta de professores".
'Temos crianças portuguesas que já não falam português e se nós continuarmos
com estas políticas, se não despertamos a tempo e horas, nós daqui por uns anos
vamos deixar de ouvir falar português na Europa e no resto do mundo', salientou
José António Pereira.
O cabeça-de-lista pelo círculo da Europa também adiantou que o CDS/PP gostaria
de criar nos consulados gabinetes de apoio social e jurídico para orientar e
apoiar os portugueses, encaminhando-os aos órgãos competentes para a resolução
dos mais diversos tipos de problemas.
Correio do Minho, aqui.