"A greve dos Correios, não permitiu que todos os eleitores
recebessem os boletins de voto em tempo hábil", destacou José Miranda de Melo.
O conselheiro das Comunidades Portuguesas eleito pelo círculo do Nordeste do
Brasil, foi um dos eleitores portugueses no Brasil que não recebeu o boletim de
voto, fruto da greve, que segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores dos
Correios do (Fentect), terá contado coma adesão de 70 por cento dos 116 mil
funcionários em todo o
Brasil, durante mais de uma semana.
Num comunicado distribuído à comunidade portuguesa, José Miranda de Melo apelou
ao eleitores que receberam os boletins de voto, para os colocarem "no correio
até amanhã ou sábado (dias 25 e 26 de Setembro)", por ser este "o último prazo
para que sejam validados".
A escolha dos deputados portugueses pela Emigração (dois pelo Círculo da Europa
e dois pelo Círculo de Fora da Europa) é feita através do voto por correspondência,
que podem chegar às autoridades eleitorais portuguesas até 7 de Outubro,
mas deveriam obrigatoriamente ser enviados pelos eleitores, com o carimbo dos
Correios, até 27 de Setembro, data das Legislativas.
Atraso a 24 horas do fim do prazo
Na Venezuela, os envelopes com os boletins de voto que permitem aos portugueses
votar nestas Legislativas, mantinham-se nos correios no passado dia 24, mas a
sua entrega não foi considerada prioritária. A denúncia foi feira pelo
conselheiro das Comunidades Portuguesas, Luis Jorge que, até àquele dia, não
tinha recebido o envelope com o boletim de voto.
"Os boletins estão lá (nos correios) e disseram que vão ser entregues
paulatinamente, segundo o sistema de trabalho deles, porque não assumem isso
como uma prioridade", explicou o conselheiro.
O atraso mantinha-se, um dia antes do fim do prazo do envio dos votos (27 de
Setembro). "A menos de 24 horas para que termine o prazo para serem enviados à
CNE (Comissão Nacional de Eleições), os votos dos portugueses emigrados na
Venezuela, de um total de 12 mil inscritos, pouco mais de 100 eleitores
receberam o seu boletim de voto", alertava Luis Jorge num comunicado enviado ao
Emigrante/Mundo Português.
O conselheiro destacava que o "deficiente sistema dos correios públicos Venezuelano"
não teria capacidade para "em tão curto espaço de tempo" entregar a
correspondência "dentro dos prazos estabelecidos pela CNE".
"Sendo assim, os portugueses têm menos de 24 horas para ir ao correio ver se
chegou o seu voto, tirar uma fotocópia do cartão de eleitor, votar, comprar um
selo e enviá-lo pelo correio", frisou o conselheiro das Comunidades. O que
teria que ser feito até às 17 horas do dia 25 de Setembro, já que os correios
estão fechados ao fim-de-semana.
Em declarações à Agência Lusa, Luís Jorge afirmava que "a Comissão Nacional de
Eleições tem que encontrar outro mecanismo que permita que as pessoa recebam o
voto" que poderia passar por "contratar uma empresa privada, como faz o governo
espanhol, ou enviar os votos com muito mais antecipação".
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