A directora de relações
públicas do Centro Português de Caracas instou na quarta-feira os comunicadores
sociais luso-venezuelanos a apostar fortemente no trabalho em equipa para
defender e promover as raízes e a cultura lusa.
"Advogo o trabalho em equipa", disse
Isabel Ferreira. O facto de que tenhamos fins comuns e as mesmas raízes é, faz
que seja importante que nos juntemos para lutar todos com um mesmo
propósito." Isabel Ferreira falava em Caracas, durante o II Encontro
Nacional do Clube de Comunicadores Sociais Luso-venezuelanos que teve lugar no
Hotel Gran Meliá Caracas e contou com a presença de três dezenas de
participantes entre eles jornalistas e estudantes de jornalismo, representantes
de clubes recreativos portugueses, organismos de beneficência e organizações de
jovens luso-descendentes.
"Sou luso-descendente, filha de
madeirenses (...) estou muito orgulhosa de que o meu avô fosse um português de
'abastos' (mercearia) mas somos um sucesso", disse, destacando as
capacidades de trabalho e solidariedade das diferentes gerações de emigrantes.
"Os luso-descendentes abrangem todos os
campos, estão a nível de comunicadores sociais e os melhores neurocirurgiões do
país são luso-descendentes. Se formos às universidades e escolas entre os
melhores estudantes, entre os primeiros, está sempre um filho de português.
Isto é muito importante porque não somente o sacrifício, tudo o que eles
(emigrantes) nos ensinaram, o trabalho e a perseverança, estamos a aplicar
agora no campo profissional e não somente no campo comercial", disse.
"É importante o trabalho que estão
fazendo (...), a galinha quando põe um ovo cacareja, assim devemos fazer nós,
anunciar o que fazemos", sublinhou.
Por outro lado, recordou que o Centro
Português de Caracas foi fundado há 51 anos, era "um grande sonho de
emigrantes" e tem a missão de "promover e divulgar a cultura
tradicional portuguesa".
"Em algo similar estão a trabalhar os
comunicadores sociais luso-descendentes esse é o nosso ponto em comum. É
importante que articulemos as intuições recreativas com a imprensa",
acrescentou.
Sobre os comentários de alguns emigrantes que
dizem ter perdido a pátria, porque são referidos como estrangeiros em Portugal
e estrangeiros na Venezuela, instou a ter uma interpretação diferente da
situação.
"Em Portugal somos 'os mira' e na
Venezuela 'os portus', somos privilegiados, podemos dar-nos o luxo de amar a
duas pátrias, Portugal e a Venezuela, sem cair no pecado de ser infiel. Podemos
amar e amamos ambas pátrias, amamos as nossas raízes e amamos a
Venezuela", disse.
A presidente da Academia da Espetada de
Caracas, Sílvia Henriques, insistiu na necessidade de as organizações manterem
um enlace directo com a comunidade, para que não haja dispersões, constituindo
"uma mesma rede".
Lusa
Diário de Notícias da Venezuela, aqui.