Onze candidatos portugueses vão a votos nas autárquicas de
domingo no Quebeque, Canadá, número que duplicou face a 2005, segundo dados
recolhidos pela Agência Lusa junto de fontes da comunidade.
À procura de reeleição estão os três luso-canadianos presentemente titulares de
cargos municipais em
Montreal: Luís Miranda, presidente da Câmara de Anjou, e Ana
Nunes e Isabel dos Santos, vereadoras, respectivamente, nos bairros de
Outremont e Plateau Mont-Royal.
Dos restantes, a larga maioria é estreante na política ou mesmo em eleições
municipais.
Pela primeira vez, há seis candidatos portugueses em Laval, zona a Norte de
Montreal onde residem uma grande comunidade portuguesa e de luso-descendentes.
No distrito de Laval, Teresa Duarte vai a votos na circunscrição de Marigot,
Noémia Onofre de Lima em Chomedey, José Onofre em Renaud, Tanya Onofre
em St. Bruno, Anita de Lima em Sainte-Dorothée e
Manuel Botelho em St. Martin.
Luis Ruivo, em Saint-Léonard, e Luís da Costa, em
Sainte-Thérese são mais dois portugueses sujeitos a sufrágio no domingo no
Quebeque.
Um observador político português, residente no Quebeque, defendeu à Lusa que o
aumento verificado de luso-canadianos a concorrerem nestas eleições traduz "o
despontar junto da comunidade portuguesa, de uma maior consciência política, à
medida que caminha para seis décadas de presença no Canadá".
Numa previsão de resultados, o mesmo analista adiantou que "Luís Miranda, que
tem uma fortíssima popularidade em Anjou, e as duas vereadoras têm grandes
possibilidades de serem reconduzidos".
Luís Miranda regressou este ano ao projecto da equipa União Montreal, do actual
presidente da Câmara de Montreal, Gérald Tremblay, à qual pertenciam já Ana
Nunes e Isabel dos Santos.
Quanto aos outros candidatos, "é difícil fazer prognósticos, porque muitos
deles é a primeira vez que concorrem. Os resultados dependerão muito das
circunstâncias de cada distrito eleitoral. E poderá haver surpresas",
acrescentou.
No plano geral, as maiores expectativas nestas eleições centram-se em Montreal,
onde Gérald Tremblay, que pretende um terceiro mandato, enfrenta dois fortes
adversários, Louise Harel e Richard Bergeron.
Por outro lado, Tremblay sofreu, nos últimos meses, um grande desgaste de
imagem face à revelação na imprensa de escândalos de alegado tráfico
influências com empresários de construção, assim como irregularidades,
assumidas pelo próprio, na assinatura de um contrato de fornecimento de
contadores de medição do consumo de água, orçado em milhões de dólares.
As autoridades têm apelado à votação, com vista a combater os elevados níveis
de abstenção verificados nos últimos escrutínios.
Para já, os primeiros sinais dados pelos dois dias de "votação por
antecipação", permitida pela legislação canadiana, são animadores, dado ter-se
verificado uma subida da taxa de participação para cinco por cento, face aos
três por cento em igual período das eleições municipais de 2005.
Na província do Quebeque, há 1109 circunscrições eleitorais municipais.
Correio do Minho, aqui.