O deputado socialista Paulo Pisco alertou hoje para a
necessidade de os parlamentos de Portugal e do Luxemburgo trabalharem em
conjunto contra o elevado abandono escolar que afecta os alunos portugueses
naquele país.
Para o deputado eleito pelo círculo emigração da Europa, deve haver "um
trabalho conjunto, global, entre deputados, entre as diversas instituições dos
dois países para promover a integração" dos alunos portugueses.
A integração "passa pelo ensino e por uma atenção maior daquilo que se
passa na comunidade portuguesa, na medida em que o abandono escolar é
relativamente elevado", referiu Paulo Pisco, no final de uma reunião hoje
na Assembleia da República com uma comitiva parlamentares do Luxemburgo, que
inclui o presidente da Câmara dos Deputados,Laurent Mosar.
De acordo com um estudo do Ministério da Educação luxemburguês, os alunos
portugueses, que representam 19,1 por cento da população estudantil, são os que
apresentam a maior taxa de abandono escolar entre os estrangeiros: 23,5 por
cento do total de estudantes que abandonam a escola.
"É necessário ir ao encontro das causas que levam a este abandono escolar
através de organismos especializados", indicou o parlamentar, no fim da
reunião que abordou também o desemprego na comunidade portuguesa naquele país.
"Há questões relacionadas com a formação que são fundamentais para evitar
um nível tão grande de desemprego entre a comunidade portuguesa" no
Luxemburgo, declarou Pisco.
Segundo os últimos dados oficiais, no grão-ducado vivem 80.951 portugueses (16
por cento da população total do Luxemburgo), 3.700 dos quais estão
desempregados, representando cerca de 32 por cento do total de desempregados do
país.
O problema é agravado de muitos portugueses no desemprego não terem acesso aos
cursos de formação ou reinserção profissional, principalmente por dificuldades
com a língua.
"Tratando-se de dois domínios de integração, por um lado a educação e de
outro a formação, eu pedi maior atenção para importância da Confederação das
Comunidades Portuguesas no Luxemburgo e o seu trabalho para a integração da
comunidade portuguesa, como também da comunidade lusófona, já que há 10 mil
cabo-verdiano e 5 mil brasileiros no Luxemburgo", afirmou Paulo Pisco.
Segundo o deputado, a CCPL precisa "ter um apoio continuado e mais
substância para dar continuidade aos seus projectos no âmbito da integração,
social, cultural, educacional".
Pisco disse ainda que a delegação luxemburguesa irá levar os temas discutidos
aos órgãos competentes do país.
Além de Laurent Mosar, a comitiva parlamentar luxemburguesa é também integrada
pela vice-presidente da Câmara dos Deputados, Lydia Mutsch, e pelos líderes
parlamentares do Partido Liberal, Xavier Bettel, dos Verdes, François Bausch, e
pelo dos Socialistas, Lucien Lux.
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