O que também percebeu foi que, depois de saírem de Portugal, muitos destes profissionais desenvolvem a auto-estima e passam a apreciar genuinamente o país e a cultura de origem. A "tournée da Fundação Talento" irá culminar num evento em Lisboa, em Dezembro, onde serão nomeados "senadores" para continuarem a identificar este talento e contribuir para a Fundação, que, no futuro, aspira a realizar acções culturais, científicas ou sociais para apoiar e desenvolver este talento. Tiago Forjaz tem como referências redes sociais e culturais como a indiana ou a judaica, que apoiam os seus membros a singrar, mas rejeitam interesses económicos ou um "clube de cunhas" de portugueses. "O nosso espírito é filantrópico", disse. Antes do Reino Unido, Tiago Forjaz, que é presidente da Jason Associates, uma consultora de recursos humanos, passou pelo Brasil, Espanha, França, Bélgica, EUA, África do Sul, Angola, Holanda e Suíça.
A ideia da Fundação nasceu depois do lançamento, há dois anos, do The Star Tracker, uma "rede social do talento global português", que se propunha a pôr em contacto portugueses com "talento" e mentalidade global, que já conta com 31 mil membros espalhados por mais de 120 países e tem o apoio do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. O convívio continua a ser uma das principais vantagens deste site, concordaram vários membros presentes no jantar.
Em Londres há perto de dois anos, onde trabalha em marketing numa multinacional, Ana Mota disse que o Star Tracker "foi importante para conhecer pessoas no início" e o facto de partilharem uma língua e cultura foi um "ponto de referência" que ajudou na sua instalação numa cidade estrangeira. Para Cláudio Martins, há mais de três anos na capital britânica, o Star Tracker foi fundamental no arranque de uma nova aventura profissional, o lançamento de uma empresa de comercialização e divulgação de vinhos portugueses. "Começou tudo no Star Tracker, foi lá que encontrei a pessoa que desenhou o logótipo", contou à Lusa. Sobre o facto de a maioria dos membros, cujo acesso só é possível por convite, serem profissionais jovens qualificados, todos rejeitam que seja um sinal de elitismo, mas uma "nova realidade" no fluxo migratório para o estrangeiro. "Não é elitismo, é o retrato da nova geração de portugueses que sai do país", garante Ricardo Fernandes, um dentista há pouco mais de um ano em Londres.
Voice, aqui, pág. 10.