Os politécnicos portugueses e o congénere de Macau vão desenvolver um "Erasmus Lusófono" para a mobilidade de estudantes, disponibilização de professores portugueses e qualificação das escolas portuguesas existentes no sudeste asiático.
Os protocolos de colaboração foram assinados hoje, no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), uma das entidades envolvidas no projecto que, na opinião do presidente Sobrinho Teixeira, será um contributo para a promoção da língua e cultura portuguesas.
"É muito importante para nós", corroborou o presidente do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Lei Heong Iok, sublinhando o interesse crescente pelo português, sobretudo da China.
Segundo aquele responsável, "há 30 anos quase não havia ensino da língua e cultura portuguesas, nos últimos três a cinco anos, há cerca de 15 universidades chinesas que criaram cursos".
Só em Pequim, há seis universidades com cursos de Português e por todo o país são já algumas centenas os estudantes destes cursos.
Lei Heong Iok lembrou que a criação do instituto que dirige se deve à ajuda de Portugal, antes da passagem de soberania de Macau para a China.
Os protocolos agora celebrados com os politécnicos portugueses vão alargar uma parceria que já mantinha com o politécnico de Leiria, agora tripartida, permitindo aos estudantes circularem por Portugal, Macau e China durante os quatro anos de formação.
Os novos protocolos permitirão, também, segundo Sobrinho Teixeira, dar resposta às solicitações da China para o ensino do Português com a disponibilização de professores portugueses.
"Há uma grande vontade de aprender português por parte da República Popular da China e o Instituto Politécnico de Macau já não consegue dar resposta a todas a solicitações", disse.
Os protocolos servirão também para ajudar à qualificação das escolas portuguesas que ainda existem em Macau e de comunidades descendentes de portugueses.
"Em Malaca há uma comunidade portuguesa de cinco mil descendentes que dizem que falam cristão, um Português arcaico. O nosso propósito é também levar o Português a essas comunidades", afirmou.
"É uma cooperação bastante eficaz", considerou o presidente do IPM, que revelou ainda estar em preparação a criação de um mestrado para alunos que queiram prosseguir os estudos em língua e cultura luso-chinesa.
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