A comunidade portuguesa de
Sydney, Austrália, estimada em cerca de 15 mil pessoas, está estabilizada e
"relativamente bem na vida", considerou o Cônsul geral de Portugal na
cidade, Pinto de Mesquita.
Em declarações à agência Lusa, o diplomata
português explicou que entre os cerca de 50 mil portugueses radicados em toda a Austrália,
cerca de 15 mil estarão em Sydney, onde a comunidade vive estável já que está
radicada na cidade desde os anos 1950 ou 1960.
"A comunidade já está em Sydney há muitos
anos, a maior parte veio para cá nos anos 50 embora haja registos da chegada
dos portugueses da Madeira dos anos de 1800", disse o representante
português à margem de uma visita do Secretário de Estado das Comunidades
António Braga à cidade. Por outro lado, continuou, a comunidade, que veio para
a Austrália para "melhorar a sua vida (...) está relativamente bem na
vida".
"Nós vemos na comunidade muitos sinais de
bem-estar. A maior parte tem bons automóveis, casas razoáveis e isso é justo
porque foi para isso que as pessoas vieram para cá e foi para isso que as
pessoas lutaram, para ter uma vida melhor e felizmente em muitos casos isso
concretizou-se", afirmou. A iniciativa privada é a principal ocupação dos
portugueses, 78 por cento dos quais tem nacionalidade australiana, que se
dedicam a vários sectores como a construção civil, restaurantes e outras áreas
dentro do sector dosserviços como a limpeza, explicou o cônsul.
Pinto de Mesquita garante que a imigração
portuguesa em Sydney, "estagnou há muitos anos", mas lembra que ainda
vão chegando alguns, "poucos em número", portugueses porque chegam
estudantes com visto especial de seis meses ou portugueses quadros de grandes
empresas que aqui os colocam. Com uma forte dependência dos negócios, a
comunidade portuguesa também foi afectada pela crise financeira mundial, mas
como sustentou Pinto Mesquita a comunidade sentiu uma "relativa crise"
já que na Austrália o impacto dos problemas foi sentido com menor incidência.
Durante a visita do Secretário de Estado,
Pinto de Mesquita recebeu aprovação para as novas instalações consulares, que
António Braga enquadra na "reforma" das estruturas que o Governo
português está a realizar.
"Pretende-se, por um lado, modernizar o
espaço físico, e com isso também reequipar com tudo o que diga respeito à
utilização das novas tecnologias fazendo com que os novos instrumentos como o
Cartão do Cidadão - que já está disponível - o passaporte biométrico e a
relação dos portugueses com a Administração Pública possa tirar daí muitos
benefícios, designadamente a prontidão e a qualidade do serviço", afirmou
o governante à Lusa.
O Secretário de Estado reconhecia ainda a
responsabilidade de Portugal apoiar e fomentar o ensino e a divulgação do
português junto da comunidade portuguesa local.
"Portugal tem responsabilidades nesse
domínio que irá assumir desenvolvendo matéria negocial com o Governo da
Austrália para que o português possa ser nalgumas escolas uma língua de
opção", disse o membro do Governo.
Comunidade ajuda vítimas da Madeira
O Portugal Madeira Clube, sedeado em Sydney, Austrália,
já angariou cerca de 13.300 euros para ajudar as vítimas dos temporais na
Madeira, mas os sócios do clube pretendem continuar os esforços para ajudar a
sua ilha. Dinarte Figueira, secretário do clube situado nas imediações de
Sydney, explica que o Clube, fundado em 1988, tem cerca de 800 sócios e que
desde os temporais que afectaram várias freguesias da ilha da Madeira estão a
ser desenvolvidos esforços para angariar dinheiro para as vítimas. "Todos
os portugueses, como os madeirenses, receberam a notícia muito triste e têm
tentado fazer o máximo na angariação de fundos para podermos ajudar os nossos
conterrâneos", disse o dirigente.
Diário de Notícias da Madeira, aqui.