Isabel Pimenta
Nascido do desejo da comunidade emigrante, o Museu da Emigração Açoriana abriu portas em 2005 e desde então não parou de crescer, tanto em espólio como nas actividades desenvolvidas. Mostras e sessões educativas fazem parte do programa mas a grande aposta deste núcleo é a partilha de informação on-line.
Sedeado
na Ribeira Grande, cidade da ilha de São Miguel, o Museu da Emigração Açoriana
ocupa um bonito edifício onde outrora funcionou o mercado de peixe. Os pregões
dali saíram, o espaço foi beneficiado e agora recebe as várias exposições
temporárias que vão sendo organizadas ao longo do ano.
A maioria das peças e documentos apresentados fazem parte do espólio do museu,
colecção que se iniciou com uma doação do Dr. João Bosco Mota Amaral. Este
conjunto reúne diversos elementos, desde fotografias, documentos e objectos de
diferentes partes da diáspora açoriana, oferecidos por organizações,
instituições e particulares.
As
doações são mesmo a principal origem das peças apresentadas, um movimento
potenciado pelo próprio museu que procura parceiros nas comunidades açorianas e
o contacto directo com os emigrantes, sensibilizando para a necessidade de
promover o museu através de entregas que dignifiquem a memória da emigração
açoriana. A este processo junta-se a constante busca de espólio pertencente à
História que o núcleo se propôs contar.
Museu interactivo
Para
além das várias exposições temáticas, o Museu da Emigração Açoriana tem vindo a
realizar diferentes acções que se provaram de qualidade e interesse público,
quer pela adesão, quer pelas boas críticas. As iniciativas pedagógicas e as de
carácter científico são as que se destacam, como é exemplo o projecto "Emigração
às Escolas", que consiste numa aula com apresentação de dados, documentos e
fotografias sobre os aspectos mais relevantes da emigração açoriana.
Mas é através do seu website que o museu desenvolve os projectos mais audazes.
Para já, existe a possibilidade de consultar on-line as fichas de centenas de
emigrantes açorianos, que partiram nos anos 50. O museu irá também
disponibilizar a pesquisa numa base de dados bibliográfica, que irá permitir o
acesso a um conjunto de publicações que abordam a história da emigração
portuguesa para os quatro cantos do mundo.
Aos tradicionais métodos museológicos associam-se assim as modernas
tecnologias, com o objectivo comum de recuperar memórias e nunca esquecer os
que partiram destas ilhas em busca de uma vida melhor.
Descubra Portugal, aqui.