O deputado do PS pela
Europa, Paulo Pisco, afirmou hoje que o ministro do Trabalho luxemburguês
demonstrou "toda a abertura" para que Portugal possa colaborar na
formação profissional dos trabalhadores portugueses no desemprego que residem
no Luxemburgo.
Em declarações à agência Lusa após a reunião que manteve com Nicolas Schmidt, o
deputado do PS disse que o ministro do Trabalho do Luxemburgo deu "sinais
positivos" para que a esses trabalhadores seja dada uma "formação
específica".
"Notei a maior das aberturas para que se desenvolva um tipo de cooperação
entre os dois governos no sentido de prover uma formação profissional que ajude
àqueles que agora estão mais afetados pelo desemprego para que possam ingressar
o mais rapidamente no mercado de trabalho", explicou.
De acordo com Paulo Pisco, tornar-se-á "eventualmente possível" que
formadores portugueses possam ir ao Luxemburgo para dar formação em português
nas respetivas áreas aos trabalhadores lusos.
O deputado do PS pela Europa lembrou que um dos problemas que afetam
"muitos dos trabalhadores portugueses" no Luxemburgo, "sobretudo
os que trabalham na construção civil", é "a dificuldade em termos do
domínio das línguas faladas no país: francês, luxemburguês e alemão".
Dos 80 951 portugueses que residem oficialmente no Luxemburgo, 3 700 estão
desempregados, indicam os números oficiais.
Segundo a confederação sindical luxemburguesa OGB-L, um em cada três
desempregados no país é português.
"O país está confrontado com uma situação que era pouco comum até pouco
tempo", disse o deputado socialista, referindo-se ao aumento do desemprego
no Luxemburgo, que atualmente "ronda os sete por cento".
Paulo Pisco lembrou que, num contexto de desemprego, "as comunidades
estrangeiras acabam sempre por ser as mais atingidas, sobretudo se houver
problemas ao nível das qualificações como acontece com a comunidade
portuguesa".
Nesse sentido, realçou que receber formação no "momento atual pode ser
encarado como uma oportunidade" para o futuro.
"Não no sentido de dar uma resposta conjuntural a este problema, mas [sim]
ajudar os portugueses a arranjarem uma formação mais sólida que lhes possa
servir para o futuro e também aguentar eventuais embates relacionados com o
mercado de trabalho, já que recuperação económica será mais rápida do que
propriamente a recuperação do emprego", referiu.
Na visita de três dias ao Luxemburgo, que iniciou na passada sexta feira, o
deputado do PS pela Europa visitou o consulado de Portugal e reuniu-se com a
direção da Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo - CCPL.
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