O Secretário de Estado das
Comunidades Portuguesas, António Braga, fez hoje um balanço positivo da sua
deslocação à Austrália evidenciando a excelente integração e o respeito das
autoridades pelos portugueses radicados no país.
"É uma comunidade muito bem integrada
cuja natureza de relacionamento é, aliás, reconhecida pelas autoridades locais
como sendo exemplar e, nessa medida, honra-nos muito poder conferir também essa
sua relação interna com as autoridades e com as demais comunidades", disse
António Braga sobre os cerca de 50 000 portugueses radicados na Austrália.
Ao longo dos sete dias de visita, António
Braga passou por Sydney, Camberra, Melbourne e Perth onde manteve contactos,
quer com as autoridades regionais, quer nacionais, e com os núcleos da
comunidade portuguesa radicados na Austrália.
"Podemos dizer que há uma comunidade
portuguesa bem integrada, desenvolvida, quer no contexto social, quer
económico, e portanto, com a questão do ensino da língua, creio que podemos dar
um contributo ainda para melhor integração", afirmou, salientando que o
ensino da língua será a questão principal a resolver com os portugueses.
"A principal e primeira preocupação é a
salvaguarda da aprendizagem do Português e, nessa perspetiva, é uma reflexão
que estamos a fazer a eventual colocação de um coordenador de ensino para
justamente convalidar algumas experiências que estão a ser aqui desenvolvidas,
nomeadamente do ensino paralelo, e poder também encetar também alguns aspetos
negociais com as autoridades locais, no sentido de poderem integrar o Português
como língua de opção no sistema educativo", disse.
Além da questão da língua portuguesa, António
Braga ouviu também alguns portugueses queixarem-se que o acordo de troca de
informações entre Portugal e a Austrália ao nível da Segurança Social é
prejudicial aos pensionistas porque perdem rendimentos pagos pelo Governo
australiano.
António Braga responde, contudo, que o acordo
"é relevante", porque permite a comunicação entre os dois sistemas.
Apesar de não quererem identificar pessoas,
elementos da comunidade contactados pela Agência Lusa explicaram que alguns
portugueses queixam-se do acordo que a Austrália tem com dezenas de países
porque ao auferirem pensões em Portugal não recebem a totalidade dos apoios do
Governo australiano.
"Os sistemas de apoio são diferentes
porque a Austrália, e todos nós portugueses estamos informados disso, não pagam
pensões pelos descontos que fazemos, mas sim pelas necessidades que
temos", contou um cidadão nacional à Lusa.
"Quando as pessoas possuem depósitos
bancários ou rendimentos em Portugal, a Austrália corta nos subsídios que dá em
dinheiro, mas mantém outros apoios como os subsídios para a casa",
acrescentou.
Além dos encontros com a comunidade, António
Braga teve ainda contactos oficiais onde foram passadas em revista as
"relações entre os dois países sobretudo à luz, também, da comunidade
portuguesa que aqui reside".
Lusa
Diário de Notícias da Madeira, aqui.