A Associação de Estudantes de Medicina no Estrangeiro pediu esta sexta-feira ao Presidente da República para que se interesse pela situação dos mais de mil alunos espalhados pela Europa e que interfira na criação de condições para o regresso a Portugal. A interpelação Cavaco Silva aconteceu durante a visita do chefe de Estado à Universidade Carolina, em Praga, no período reservado a uma sessão de perguntas ao Presidente da República, noticia a Lusa.
«Não tenho perguntas a fazer, mas tenho um importante pedido para lhe apresentar», começou por dizer Francisco Pavão, representante da Associação Nacional de Estudantes de Medicina no Estrangeiro, que representa mais de mil alunos portugueses.
Francisco Pavão lembrou que os alunos de medicina no estrangeiro são jovens que apenas optaram por estudar fora de Portugal porque não tiveram acesso ao curso em Portugal.
«Julgamos serem legítimas e compreensivas as nossas preocupações, uma vez que, até agora não detectamos, nem passos, nem medidas, por parte do Ministério do Ensino Superior e do Ministério da Saúde, tendo em vista o nosso regresso ao país», lamentou.
Francisco Pavão sublinhou que o desejo dos estudantes é regressar «num plano de igualdade de oportunidades e, portanto, de justiça». O mesmo responsável lembrou que cada vez são contratados em Portugal mais médicos estrangeiros para trabalhar no interior e garantiu que os alunos de medicina no estrangeiro querem que o seu futuro passe pelo país de origem.
Na resposta, o Presidente da República disse apenas ter registado o pedido. Cavaco Silva lembrou que ainda esta sexta-feira irá encontrar-se com a comunidade portuguesa na República Checa, incluindo estudantes, nomeadamente de medicina.
Língua portuguesa é «trunfo profissional»
Ainda durante a visita à Universidade Carolina, em Praga, Cavaco Silva considerou que o domínio da língua portuguesa, hoje falada por mais de 250 milhões de pessoas. é um «trunfo profissional de grande importância» e uma «porta aberta» para novas oportunidades de negócio.
Falando, perante uma plateia de dezenas de alunos checos que estudam português, o chefe de Estado exortando os estudantes a divulgarem e a promoverem o Português.
«Os especialistas estimam que, em 2050, o número de falantes de português nos países em que é língua oficial ascenda a 335 milhões de pessoas, um número a que haverá que somar todos quantos, como vós, o utilizam como língua estrangeira», afirmou.
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