O plano para a promoção da Língua Portuguesa e a reestruturação do IILP serão dois temas que estarão em análise para aprovação na VIII Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, na sexta feira, em Luanda.
O Plano de Acção para a Promoção, Difusão e Projecção da Língua Portuguesa saiu da reunião de especialistas, como António Malaca Casteleiro e Evanildo Bechara, que estiveram em Brasília, entre 25 e 31 Março, para participar na I Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Global.
O plano foi aprovado pelo Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no âmbito da conferência de Brasília, e será submetido agora à Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, em Angola, na sexta feira.
"Esperamos ter reunido um conjunto de recomendações que depois vão à cimeira dos ministros da CPLP e esperamos que eles possam efectivamente concretizar aquilo que é o nosso objectivo: uma projecção do português como língua mundial", disse à Lusa em Março, na reunião de Brasília, a presidente do Instituto Camões, Ana Paula Laborinho.
Esta projecção mundial da Língua passa também pela adopção do português nas instituições internacionais, como as Nações Unidas.
Especificamente, o Plano de Acção apoia o desenvolvimento dos projectos Portal da Língua Portuguesa da CPLP e CPLP-TV, que visa à formação de uma agência para difusão de conteúdos.
Em relação ao ensino da língua dentro dos países membros da CPLP, o documento realça a necessidade de incorporar abordagens de ensino em contextos de aprendizagem multilingues, tendo em conta a preservação e o ensino das línguas nacionais de cada Estado.
Indica igualmente a importância de actualizar e criar bibliotecas físicas e virtuais em instituições educacionais dos países da CPLP e estimular a graduação e pós-graduação dentro da Comunidade.
Outra preocupação é o fortalecimento da língua portuguesa na Diáspora, com a promoção da oferta do ensino do idioma como língua curricular em outros países, através de negociação com os responsáveis locais.
O documento prevê ainda o aumento da oferta de formação em português no ensino básico e secundário em terceiros países, assim como a ampliação do número de cursos em universidades estrangeiras, com a abertura de cátedras, leitorados e centros de língua portuguesa.
Ainda segundo o plano, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) deverá ter a tarefa de criar uma plataforma comum na Internet relativa ao ensino do português e desenvolver instrumentos concertados de publicidade para a promoção da aprendizagem da língua.
Os novos estatutos do IILP, que pretende dar maior dinamismo à organização, foram negociados por técnicos de todos os países membros da CPLP, sendo agora submetidos à aprovação na Cimeira de sexta feira.
Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras, defendeu em Março, na reunião de Brasília, que todos os países lusófonos devem unir-se em prol da difusão da língua portuguesa.
"Tudo depende da política de boa vizinhança dentro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa CPLP. Esta é uma tarefa de grandes estadistas. Não basta apenas ser político", assinalou.
Os países membros da CPLP são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor-Leste.
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