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Cavaco Silva admite que vistos dos portugueses em Angola exigem "cooperação empenhada" de Portugal
2010-07-21
O Presidente da República admitiu esta terça-feira que a resolução do problema dos vistos levantado por portugueses em Angola "também requer a cooperação empenhada das autoridades" portuguesas e aconselhou os empresários a "prestarem uma atenção particular às prioridades angolanas".

Cavaco Silva, que falava num encontro com a comunidade portuguesa radicada em Luanda, disse ter consciência de que tem havido problemas e queixas entre os seus membros. 


"Asseguro-vos de que recebi garantias ao mais alto nível de que será feito tudo o que é possível para resolver algumas das questões que vos preocupam" , disse, salientando, porém, que "algumas delas também requerem a cooperação empenhada"das autoridades portuguesas, "um diálogo entre autoridades políticas portuguesas e angolanas" . 


"Como é o caso dos vistos. Acordei com o presidente [angolano], José Eduardo dos Santos, a constituição de uma comissão bilateral que vai analisar as dificuldades que têm surgido, tendo presente a legislação angolana e a portuguesa" , acrescentou. 


Cavaco Silva disse saber que alguns "passaram com certeza por dificuldades" , mas acredita "que se abre um novo ciclo, mais promissor, de melhores oportunidades do que aquelas que foram conhecidas nos últimos dois anos" . 


"Estou convencido de que Angola vai voltar às taxas de crescimento económico elevadas, próximas dos dez por cento, o que significa taxas das mais elevadas do mundo" , frisou. 


Cavaco Silva disse ainda ter consciência da existência de"queixas, empecilhos burocráticos" e "demoras na resolução de alguns problemas" . 


"Cada um de vós pensa que [os problemas] deviam estar resolvidos já ontem e afinal têm de esperar mais alguns dias. Sei que muitos de vós fazem apelo a uma maior certeza jurídica. Eu conheço estes problemas. Tal como conheço o problema que afetou algumas empresas de atrasos nos pagamentos em resultado da crise económica e financeira que também atingiu Angola, como devemos reconhecer" , afirmou. 


Todos estes temas, garantiu Cavaco Silva, foram objeto de conversações entre si e os dirigentes políticos angolanos "ao mais alto nível" . 


"E encontrei deles uma imensa recetividade. Os dirigentes angolanos, posso assegurar-vos, reconhecem a importância da presença de tantos portugueses em Angola" , frisou. 


Considerando que neste momento os "interesses de Portugal em Angola correspondem também aos interesses de Angola" , Cavaco Silva aconselhou os empresários portugueses a "prestarem uma atenção particular às prioridades das autoridades angolanas" . 


"Estamos num país livre e soberano. E é o governo e o presidente da República que têm a competência que resulta do voto popular angolano para estabelecer as prioridades para o futuro de Angola", frisou, alertando que essas prioridades "têm imensas oportunidades para portugueses" em áreas como diversificação da economia, combate à desertificação interior, reforço do tecido industrial e avanços nas infraestruturas. 


Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Lusa, Sic Notícias, aqui.

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