O estudo sobre o valor económico da língua foi encomendado ao ISCTE pelo Instituto Camões em 2007, sendo que a primeira parte do estudo foi finalizada em 2008. Na primeira fase, referiu o investigador, foi determinado que "a Língua Portuguesa representa 17 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal".
"Um dos aspectos muito interessante em termos das conclusões do estudo foi a importância que as pessoas dão à língua, como instrumento de comunicação afectivo e familiar mas, sobretudo, como instrumento de trabalho, que pensam em vir a utilizar no futuro", indicou, acrescentando que as pessoas percebem que o português é uma língua em expansão internacional.
O professor disse que "a segunda fase do trabalho (finalizado em 2009) foi sobre o impacto da língua nas relações com o exterior, em termos de comércio externo, investimento directo estrangeiro, turismo e fluxos migratórios". Segundo o professor, "o peso dos Estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é de 4 por cento no PIB mundial." "Fizemos uma análise apenas relacionando as contas públicas dos países, o PIB dos diversos países com o volume de trocas, os investimentos", revelou o investigador à Lusa.
"Portugal, por exemplo, tem muito poucas trocas comerciais com o Brasil, mas a troca de investimento directo estrangeiro é importante, ou seja, há muito investimento brasileiro em Portugal e muito investimento português no Brasil", acrescentou. Segundo o professor, "há muitas migrações entre Portugal e Brasil, mas em termos de turismo, este factor não é muito significativo", revelando que a língua não é muito representativa neste sector. O trabalho de investigação continuará numa terceira fase, a partir da óptica dos países da CPLP e também se espera uma contribuição de Espanha na investigação.
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