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ELEIÇÕES DE AMANHÃ Candidatos luso-americanos tentam resistir a onda republicana
2010-11-01

Os luso-americanos deverão votar maioritariamente nos democratas nas eleições de amanhã, mas os candidatos deste partido enfrentam uma onda republicana em todo o país, segundo os chefes de redacção dos principais jornais portugueses nos Estados Unidos.

Adelino Ferreira, do Portuguese Times, de New Bedford (Massachusetts), afirma que o sentimento antidemocrata vai prejudicar os candidatos no estado, e em especial o veterano congressista Barney Frank, que contudo deverá ser reeleito.

"É um político muito identificado com a comunidade portuguesa, que arrisca nestas eleições perder a sua importância política mesmo sendo reeleito, pois se os republicanos alcançarem a maioria no Congresso, como as sondagens indicam, ele deixará de ser presidente da importante comissão financeira", explica Adelino Ferreira.

Quanto aos luso-americanos, Adelino diz que o seu voto é, tradicionalmente, mais democrata, pois este partido "é visto como defensor da classe trabalhadora, enquanto o republicano é identificado com a classe mais endinheirada".

Já para Luís Pires, o chefe de redacção do Luso-Americano, de Newark, Nova Jérsia, os candidatos democratas, incluindo os luso-descendentes, vão ser "fortemente penalizados" nestas eleições por causa da incapacidade do Congresso e o partido Democrata concretizarem as promessas da campanha de Obama, nomeadamente a aprovação de uma lei de imigração.

"Acho que os candidatos luso-americanos nestas eleições acabarão por ser também prejudicados, como é o caso de Jim Costa na Califórnia que está já 10 pontos abaixo do seu opositor nas sondagens e poderá ser assim uma das vítimas democratas no Congresso a pagar a factura", disse à Lusa.

Muito deste sentimento antidemocrata deve-se ao "momento económico que o país atravessa, que não permite o cumprimento das promessas de campanha de Obama".

José Ávila, o director do jornal Portuguese Tribune, de Modesto, Califórnia, afirma que o temido ciclone republicano poderá não ser tão mau como se previa na Califórnia.

Dennis Cardoza, afirma, não deverá ter dificuldades na reeleição, ao contrário de Jim Costa, pois o seu oponente, o republicano Andy Vidak, só na última semana angariou 120 mil dólares (86.360 euros) para o final campanha contra 80 mil de Costa.

A capacidade de angariar fundos de um candidato é geralmente traduzida em votos nas urnas.

Nas eleições locais, José Ávila diz que "não se vai tanto pelo partido, mas pela pessoa", por isso os resultados são mais previsíveis.

"Há dezenas de candidatos luso-americanos a concorrerem em cidades de toda a Califórnia, mas estão divididos entre os dois partidos", explica.

Ávila diz que a comunidade reparte-se por republicanos no vale central e democratas nas zonas urbanas, mas que a sua participação eleitoral não deve ser significativa, pois "muitos candidatos nem sequer se preocupam em fazer campanha nas zonas de implantação portuguesa".

Elmano Costa, o presidente do Portuguese American Citizens Project, observa que na zona da Califórnia onde vive, Stanislaus, as novas gerações de luso-americanos são mais republicanos que os pais, que votavam mais nos democratas.

"Os republicanos votam sempre nos seus candidatos e estão muito motivados para irem votar nestas eleições sobretudo porque querem derrotar o Presidente Obama", diz Elmano Costa.

Os democratas, pelo contrário, apresentam-se "muito desmobilizados", afirma.

A União, Jornal online, aqui.

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