Os luso-venezuelanos precisam ter "um compromisso mais firme" e "uma
presença mais activa" nas associações de portugueses na Venezuela. O
desafio foi deixado pelo presidente da Associação de Jovens
Luso-descendentes (Ajlv), no Iº Encontro Nacional de Jovens
Luso-descendentes da Venezuela que decorreu em Caracas, entre 19 e 21
deste mês, numa iniciativa da Embaixada de Portugal e da Ajlv, e que
contou com a participação de jovens com idades compreendidas entre 18 e
35 anos, de várias localidades da Venezuela.
"Cada de um nós,
jovens, tem que ter um compromisso mais firme, uma presença mais
activa, ser relevo nas instituições para dar continuidade ao
associativismo português na Venezuela", disse Jany Moreira, citado pela
agência Lusa. "O objetivo dos luso-descendentes é que Portugal tenha
uma representação neste país de acolhimento para que possamos alcançar
níveis que ainda não alcançámos, temos gente na política, no desporto,
misses, o objectivo é constituir delegações regionais e que cada uma
dessas entidades seja um núcleo de associativismo jovem", explicou. Um
relevo que poderá ter tido o seu ponto de partida com a realização do
1º Encontro, um evento que a Cônsul-geral de Portugal em Caracas
considerou uma "oportunidade soberana" para estes jovens da Venezuela.
"Esta
iniciativa que tem, pelo menos a nível venezuelano, um carácter
inovador e até pioneiro, constitui uma oportunidade soberana para os
jovens luso-descendentes na Venezuela tomarem consciência da sua força
e também da sua importância. E simultaneamente para nos apercebermos e
tirarmos partido do seu elevado potencial em benefício não só dos
próprios jovens e da sua afirmação na sociedade venezuelana, mas também
do reforço do relacionamento bilateral", disse Isabel Brilhante Pedrosa
à Lusa.
"Valor incalculável"
Numa
mensagem dirigida aos cerca de 150 participantes do Encontro, o
secretário de Estado das Comunidades referiu que os luso-venezuelanos
são "os filhos da saga da Diáspora" que, "devidamente respeitados e
mobilizados", podem constituir-se em "valor incalculável" para
Portugal. António Braga considerou ainda que Portugal tem nas "gerações
emergentes das comunidades portuguesas um património cultural,
linguístico e económico muitíssimo valioso", salientado que o Governo
português reconhece que o "investimento do presente e do futuro"
compreende o "reforço da ligação do país com as novas gerações", que
designou como os "filhos da saga da Diáspora que marcou indelevelmente
períodos importantes da história portuguesa".
Mais de 150 jovens com
idades compreendidas entre 18 e 35 anos, de várias localidades da
Venezuela, participam num evento em que vão analisar a situação da
língua portuguesa na Venezuela, a participação juvenil no movimento
associativo, as oportunidades de estudo e trabalho e de oportunidades
de negócio e investimento em Portugal.
Por outro lado, Jany Moreira
frisou ser importante que haja mais apoios directos aos centros de
cultura e associações, apoio técnico e logístico, especialistas em
diversas áreas e uma base de dados na Internet. No entanto, sublinhou
que esse apoio e as iniciativas têm de partir dos jovens da comunidade
luso-venezuelana, sem recorrer ao Estado português. "A nossa comunidade
não precisa de apoio material, precisa mais de apoio moral, porque nós
comunidades demonstramos ao longo de muitas décadas que não precisamos
do Estado português para ser comunidade portuguesa", disse.
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