Francisco Semião, director da NOPA destaca que o «Dream Act», daria a
"milhares de jovens indocumentados a oportunidade de obter um estatuto
legal, estudando na universidade ou servindo nas Forças Armadas".
"Estes
indivíduos são há muito residentes nos Estados Unidos, que cresceram
aqui, consideram o país a sua casa e têm grandes aspirações de
contribuir com o seu talento e serviço para o país", adianta.
Centenas
de grupos de defesa dos direitos dos imigrantes estão a mobilizar-se em
todo o país numa última tentativa para assegurar a aprovação do DREAM
Act.
Alguns fizeram manifestações, greves de fome e vigílias de
oração à porta dos escritórios de congressistas dos dois partidos, em
todo o país.
Será mais difícil aprovar esta iniciativa da
administração da Obama a partir de Janeiro, quando o partido
Republicano, onde esta enfrenta maior hostilidade, assumir o controlo
da Câmara dos Representantes e reforçar a sua presença no Senado.
Também
os grupos que se opõem à legislação têm reforçado a sua campanha,
enviando mensagens directamente para os escritórios dos legisladores
norte-americanos.
Numa mensagem divulgada no início do mês, a NOPA
apelava aos membros para que telefonem directamente para os escritórios
congressistas, apelando à votação do DREAM Act. "O Congresso está muito
próximo de uma votação, e precisamos que todos os que apoiam esta lei
façam com que as suas vozes sejam ouvidas", refere Francisco Semião.
Aprovado na Câmara
Entretanto,
o projecto de lei que pode beneficiar milhões de estudantes
estrangeiros, foi aprovado na Câmara dos Representantes por uma pequena
margem de votos: 216 favoráveis e 198 contrários. A aprovação abriu
caminho para o debate sobre a questão no Senado Federal.
No passado
dia 9, o Senado dos Estados Unidos rejeitou a sua própria versão do
«Dream Act» por 59 votos a 40. Tratou-se de uma estratégia políticas
dos democratas que conseguiram assim promover a versão do projecto de
lei aprovada pela Câmara dos Representantes. Caso o Senado aprove a
mesma lei, o projecto pode seguir directamente para a sanção
presidencial.
A Lei de Desenvolvimento, Apoio e Educação para
Menores Estrangeiros (Dream, na sigla em inglês) abre caminho para a
legalização de estudantes imigrantes ilegais que tenham chegado aos
Estados Unidos antes dos 16 anos, tenham vivido no país por pelo menos
cinco anos consecutivos antes da promulgação do projecto de lei, terem
sido admitidos numa faculdade, graduado no ensino médio ou obtido o
certificado GED e ter prova de "bom carácter moral" desde o dia de
entrada nos Estados Unidos.
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