Com as companhias aéreas que operam entre a Bélgica e Portugal a registarem o fluxo habitual de reservas nesta altura do ano, o conselheiro da comunidade portuguesa na Bélgica, Pedro Rupio, explicou à Agência Lusa que, neste país, "não se sente uma grande diferença", no dia-a-dia, relativamente a outubro de 2008, quando a crise teve início.
Apontando que "é verdade que há portugueses a viver uma situação bastante problemática", bem mais até do que "aquilo que se sabe", Pedro Rupio disse todavia desconhecer dificuldades acrescidas neste momento para os portugueses radicados na Bélgica, que os impeçam, por exemplo, de passar o Natal "em casa" ou de terem de pedir ajuda para o fazer.
Pelo contrário, admitiu, serão até mais os emigrantes a ajudar as famílias em Portugal, manifestando-se convicto de que "grande parte" dos cerca de 30 milhões de euros de remessas que são enviados anualmente da Bélgica para Portugal se destinam a "apoiar e ajudar familiares".
No entanto, o conselheiro da comunidade lusa na Bélgica, país onde se estima residirem cerca de 40 000 portugueses, não tem dúvidas sobre qual seria a resposta da comunidade, se confrontada com um caso particular de um compatriota que necessitasse de apoio.
Até porque, diz, a grande solidariedade que existia na década de 1960, quando os portugueses começaram a chegar, e que se esbateu quando as dificuldades iniciais de adaptação foram ultrapassadas, parece estar de volta, "talvez pela crise que se está a viver".
"Os portugueses são muito patriotas. Por isso, acho que se fosse necessário ajudar um português em dificuldades em Bruxelas haveria certamente uma iniciativa", disse.
Mas se os emigrantes portugueses continuam a cumprir a tradicional viagem a Portugal para a consoada, já o Conselho das Comunidades Portuguesas, avisa, está à espera da próxima oportunidade para se reunir: é que as reuniões previstas para 2010 foram canceladas, e o plenário adiado para 2011. Devido à crise.
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