"A integração dos portugueses está boa demais e é tal que começa a haver um afastamento das raízes. O segundo grande fluxo de emigração portuguesa e, em particular, açoriana foi há 50 anos e estamos num momento em que realmente a separação começa a ser significativa", afirmou à Agência Lusa a docente e coordenadora de estudos portugueses da universidade norte-americana.
Deolinda Adão, que participou num encontro promovido pela Universidade dos Açores sobre «Regionalismo e Organização Política - A Europa, os Estados Unidos e a Relação Transatlântica», frisou que se atravessa "um momento importante e decisivo para a forma como a comunidade portuguesa vai continuar a existir ou não enquanto entidade dentro do espaço social americano".
Na sua opinião, este afastamento de Portugal acontece porque "o número de emigrantes está a diminuir e o número de luso-descendentes está a aumentar".
"Os luso-descendentes estão cada vez mais afastados de Portugal do que estavam os emigrantes e isso vai fazer com que haja uma alteração nas comunidades", afirmou a docente, acrescentando que "a relação que a primeira geração nascida nos Estados Unidos tem com Portugal é uma relação ancestral e não uma relação de memória".
Para Deolinda Adão, a comunidade portuguesa nos Estados Unidos está cada vez mais integrada porque não vive em «guetos», e dá como exemplo o facto de os portugueses estarem actualmente representados em quase todas as áreas temáticas do país.
"Um sinal claro de integração é que podemos ver portugueses em todas as áreas temáticas dos EUA, o que é muito bom e saudável. Nós só podemos ser bons portugueses se formos bons americanos, não podemos ter um ‘gueto' porque as comunidades que se mantêm em ‘guetos' não são comunidades de sucesso", acrescentou.
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