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Caracas, 01 fev (Lusa) -- A comunidade portuguesa radicada na Venezuela está "desalentada e amedrontada" por razões de insegurança, uma situação que faz com que alguns emigrantes estejam a ponderar um eventual regresso a Portugal, defendeu segunda-feira em Caracas a social-democrata Cristina Tenreiro.
"Os emigrantes estão bem integrados, são muito trabalhadores e muito empenhados em estar aqui, mas face a estas mudanças estão um pouco desalentados e amedrontados com as questões de segurança. Já por várias vezes o tema foi abordado e a sensação que eu tenho é que muitos estão a pensar regressar", afirmou a social-democrata.
A vereadora da educação, cultura, desporto e juventude, de Santa Maria da Feira, falava à Agência Lusa no Centro Português de Caracas, à margem da Festa das Fogaceiras, que reuniu, na segunda-feira mais de meio milhar de portugueses, aos quais aqulea responsável deu a conhecer aspetos relacionados com a atualidade do seu município.
Questionada sobre as preocupações da comunidade explicou que está na Venezuela há pouco tempo, mas percebe que a "insegurança é a todos os níveis", desde o pessoal ao económico, porque os portugueses "não têm a segurança de que aquilo por que tanto lutaram, tanto trabalharam, e conseguiram angariar se continuará a manter-se deles".
Segundo Cristina Tenreiro trata-se de um assunto que preocupa o seu partido, o PSD, e recomenda que se dê "todo o apoio que eles (portugueses) necessitam", procurando-se ainda junto do Governo da (Venezuela) sublinhar a importância de "uma atenção e um cuidado muito especial com a comunidade portuguesa".
Na sua opinião a visita, em 2009, do primeiro-ministro português José Sócrates à Venezuela serviu também para alertar sobre a importância da comunidade portuguesa.
"Em termos políticos as coisas têm de ser tratadas muitas vezes com muita delicadeza e é muito normal que não venha assim ao público, mas tenho a certeza que o nosso governo está atento", frisou.
Cristina Tenreiro tem esperança que "a Venezuela encontre o seu destino, a sua paz interior".
"Alguns (portugueses) já têm os filhos, descendência aqui, têm já raízes muito fortes na Venezuela e irão permanecer cá, mas tenho a sensação de que iremos receber muito brevemente muitos destes nossos emigrantes", disse.
FPG
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