O deputado socialista eleito pelo círculo da Europa, que participou nas comemorações da Batalha de La Lys, que aconteceu a 9 de Abril de 1918 e contou com o apoio das tropas portuguesas, esteve vários dias em França, onde pôde conversar com a geração de portugueses emigrados antes do 25 de Abril.
"Os portugueses mostram uma grande incredibilidade por se ter aberto esta crise em Portugal e há uma percepção, com base na imprensa francesa, de que houve uma degradação da imagem portuguesa no exterior. E isso incomoda as pessoas", contou à Lusa Paulo Pisco, que hoje chegou a Portugal.
Dos encontros com emigrantes portugueses, que encontrou numa inauguração de pintura de António dos Santos Silva, nas cerimónias da batalha de La Lys e nos encontros com militantes socialistas na região da Paris, os portugueses falaram-lhe na "necessidade de que a crise seja ultrapassada" e na importância de "haver bom senso nos partidos políticos".
"Eles não compreendem que se tenha aberto esta crise mas acreditam que os problemas vão ser superados", concluiu o socialista, garantindo não ter sentido "qualquer hostilidade em relação ao PS" mas alguma "incredibilidade na forma como o PSD reagiu a esta crise".
Também em França, lembrou, "há uma crise séria que as pessoas sentem, até porque também há cortes nos rendimentos".
Em declarações à Lusa, Paulo Pisco saudou o governo francês por não se ter esquecido da ajuda que Portugal deu durante a Primeira Guerra Mundial, ao enviar tropas para a região de Flandres. Nas comemorações da Batalha de La Lys, que se realizaram este fim-de-semana, os franceses recordaram os portugueses que morreram naquela guerra.
Na altura, "houve uma manifestação de solidariedade de Portugal para com a Europa e em concreto com a França. Gostaria que esse sentimento de solidariedade europeu estivesse novamente presente nos dias que correm. Agora também devia ser um sentimento mais vincado", lembrou o deputado socialista, referindo-se à actual situação financeira do país.
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