Toronto, Canadá, 31 mai (Lusa) -- Os emigrantes radicados no Canadá estão "razoavelmente informados" sobre as legislativas de 05 de junho em Portugal, mas a questão que se coloca é o seu nível de participação no ato eleitoral.
Em Toronto, o presidente da mais antiga coletividade portuguesa criada na cidade, o "First Portuguese Canadian Club", sublinhou à Agência Lusa que "pela primeira vez em muitos anos houve comunicação oficial constante sobre as eleições em Portugal, dada pelo cônsul [Júlio] Vilela, quer sobre o ato eleitoral, como a chamar a atenção para o recenseamento".
"Aqui, os portugueses estão informados sobre o objetivo das eleições de 05 de junho, que é eleger um novo Governo, embora não estejam muito a par sobre o que as originou ou a atual situação [política] em Portugal", explicou Rui Gomes.
No que respeita à expetativa de participação, o dirigente associativo antevê que será "mínima", desde logo porque "os luso-canadianos não se envolvem muito na política", e, depois, "os emigrantes continuam a ser desprezados por Portugal".
Dos candidatos a deputados pelo círculo da emigração Fora da Europa, Rui Gomes só teve conhecimento da presença recente de José Césario (PSD) em Toronto.
As preocupações de uma eventual baixa participação dos luso-canadianos nas próximas legislativas é partilhada por Clementina Santos, conselheira da comunidade em Montreal.
"Na medida em que estas eleições são feitas na emigração com o voto por correspondência, recebendo o boletim de voto em casa, não há a justificação de que a baixa participação se deveu à necessidade de um voto presencial nos consulados", expressou à Lusa a conselheira.
Aliás, neste ponto, Clementina Santos enfatizou que seria importante que o voto por correspondência ou por outro meio que não requeresse a presença do eleitor no consulado fosse alargado às outras eleições nas comunidades portuguesas no estrangeiro.
"As pessoas na comunidade estão razoavelmente a par destas eleições em Portugal, embora os jornais comunitários abordem muito pouco o assunto", disse.
"As pessoas que votam deviam cumprir o prazo para remeter pelo correio os seus boletins de voto. E seria bom que obtivéssemos nestas eleições um nível de votação maior do que nas presidenciais", manifestou, desabafando, porém, algum pessimismo que tal aconteça.
Também em Montreal, a única presença pública notada de um candidato a deputado pela emigração foi a de José Cesário.
Nas eleições legislativas, os portugueses recenseados no estrangeiro votam por correspondência, recebendo nas suas residências o boletim de voto.
O voto por correspondência nestas eleições está já a decorrer, tendo os emigrantes de enviar os seus votos pela via postal às autoridades eleitorais portuguesas no máximo até 05 de junho (carimbo de correio), devendo ser recebidos no Centro de Apuramento de Lisboa até 15 de junho.
EF.
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