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Comunidades: Suspensão de emissões da RDP Internacional "é mais um atropelo" -- pres. Conselho Permanente (C/ÁUDIO)
2011-06-01
Macau, China, 01 jun (Lusa) -- A suspensão das emissões da RDP Internacional na Onda Curta é "mais um atropelo" ao interesse da comunidade portuguesa, afirmou hoje à Agência Lusa em Macau o presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, Fernando Gomes.

 

*** Serviço áudio disponível em www.lusa.pt ***

Macau, China, 01 jun (Lusa) -- A suspensão das emissões da RDP Internacional na Onda Curta é "mais um atropelo" ao interesse da comunidade portuguesa, afirmou hoje à Agência Lusa em Macau o presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, Fernando Gomes.

Para o responsável, a suspensão das emissões, que entra hoje em vigor, "é quase um pecado mortal contra a comunidade", até porque há pessoas que "usam muito a Onda Curta", sustentou, dando o exemplo de quem vive longe dos centros urbanos ou dos camionistas que se encontram fora do país.

"Acho que é mais um daqueles atentados à prestação do serviço à comunidade portuguesa", avaliou Fernando Gomes, ao notar que, "de uma forma continuada, as políticas oficiais têm sido de supressão e diminuição de prestação de serviço à comunidade portuguesa na diáspora".

A administração da RTP justificou a medida com a diminuição do número de ouvintes servidos por aquela plataforma, bem como com os "custos acrescidos dos últimos anos".

Fernando Gomes considerou, porém, que há outras "formas" de cortar nos gastos: "Porque é que não se suspende a onda média, que é a AM, em vez da onda curta, que tem um alcance extra-continental?", questionou.

"Em Portugal, ninguém ouve a AM e quem está fora não apanha, o que apanha é onda curta", apontou o presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, ao constatar que, em Macau, os ouvintes não são "afetados" devido à ligação direta, a partir das 20 horas (hora local) à RDP.

"Mas em outros países onde não haja uma rádio oficial local que faça essa prestação, como é que é com essa gente?", questionou.

"Ainda por cima, em 2005, foi feito um grande investimento com a criação do centro emissor" de São Gabriel, próximo de Pegões, que "foi, na altura, um investimento de vulto para [que houvesse um] maior alcance do mundo, do universo da onda curta, da comunidade portuguesa pelo mundo fora e agora suspende-se", criticou.

O corte, para já a título provisório, "vai afetar sempre" alguém, figurando como "mais uma daquelas situações de que quem decide não está a par daquilo que irá consequentemente provocar", afirmou Fernando Gomes, referindo que o Conselho Permanente "não foi consultado nem ouvido".

"É uma desconsideração grande da parte de quem manda porque esquecem que a RDP tem uma obrigação de prestação de serviço público", criticou, ao salientar que, nos últimos cinco anos, não se ouviu qualquer "palavra de agrado ou interesse para a comunidade" vinda do Governo.

Por isso, Fernando Gomes lança um "apelo de consciência" aos emigrantes para que "façam a sua reflexão" na hora de votar, ponderando sobre "quem tem feito bem e quem tem feito mal" aos portugueses no estrangeiro.

Segundo indicou a RTP, a suspensão não inviabiliza a captação das emissões da RDP Internacional pelos ouvintes, uma vez que esta é assegurada através de satélite, cabo, DTH e Internet.

DM.

Lusa/Fim, aqui.

 

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