por Hélder Beja
José Cesário virá a Macau em breve, já na qualidade de secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, cargo que assumiu na terça-feira. “Irei a Macau, com certeza. Não vou ainda neste momento divulgar o calendário das deslocações, mas irei a Macau nos próximos meses”, revela ao telefone desde Portugal. O programa do novo Governo português, entregue também na terça-feira à Assembleia da República, tem objectivos definidos para a diáspora lusa: “Assumir o nosso país como pivô de alianças privilegiadas com países e comunidades regionais com forte presença da língua portuguesa”, lê-se no documento disponível online. José Cesário não tem dúvidas de que é isso mesmo que há a fazer. “O grande objectivo é estreitar as relações, aumentar a aproximação entre o Governo português e as instituições das comunidades um pouco por todo o mundo.” Cesário, que é repetente no cargo que ocupou durante o Executivo de Durão Barroso, considera que “houve alguns afastamentos ao longo destes últimos anos”. “Temos de eliminar isso e de ir ao encontro dos sectores mais activos, mais vitais das nossas comunidades”, adita. Para o governante, órgãos como o Conselho das Comunidades Portuguesas “e o movimento associativo em geral têm de estar muito próximos de Portugal”. “Temos muito a fazer com eles em matérias como a divulgação da cultura, o apoio social e o acompanhamento da problemática social das diversas comunidades. Esse estreitamento de relações é a grande prioridade na nossa relação com as comunidades”, defende. O programa do Executivo refere a necessidade de dar novo fôlego ao Conselho das Comunidades, que Cesário considera que pode e deve ter um papel mais activo: “O Conselho das Comunidades tem de ser um verdadeiro parceiro, tem de ser o grande parceiro em termos de aconselhamento das políticas dirigidas às comunidades portuguesas”, aponta o social-democrata. No que toca aos consulados de Portugal espalhados pelo mundo, o Governo liderado por Passos Coelho – e cuja pasta das Comunidades está sob a alçada do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas – diz que é preciso “desburocratizar os procedimentos administrativos e simplificar os actos consulares e melhorar a ligação directa, rápida e fácil aos serviços centrais do Estado”. Cesário vinca que o objectivo é “tentar continuar a modernização” e admite que “a esse nível algumas coisas foram feitas nestes últimos anos, e algumas positivas”. O secretário de Estado diz, ainda assim, que “é possível e desejável fazer mais”. “Vamos analisar cuidadosamente a situação dos diversos consulados a nível geral e especificamente alguns deles. Temos algumas situações problemáticas no mundo, que temos de reavaliar e ver como as vamos ultrapassar”, acrescentou. Cesário, presença habitual em Macau, considera o território “a grande porta de entrada de Portugal na China e em grande parte do Oriente”. Destaca o “valor histórico insubstituível, inesquecível e permanente” da região para Portugal. “Macau tem de estar obrigatoriamente no centro da nossa relação com a China e com o Oriente. Vamos olhar para os portugueses que estão em Macau como parceiros indispensáveis destas relações. Para os portugueses que aí estão e para as autoridades de Macau, evidentemente.”
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