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Para fugir de desemprego e crise, estrangeiros vêm trabalhar no Brasil
2011-07-21

Eles não param de chegar. São gregos, espanhóis e franceses - gente que deixou a Europa à procura de emprego no Brasil. O número de estrangeiros que desembarcam no país cresceu 20% esse ano. Boa parte desse crescimento foi motivada pela crise econômica que atinge a Europa. Sem oportunidades de trabalho em seus países de origem, gregos, espanhóis, portugueses e italianos, entre outros, têm procurado cada vez mais o Brasil, onde encontram portas abertas e bons salários.

O empresário Christos Andreas Kristelis, mas para ele a crise que abate a economia do país onde nasceu é notícia de jornal. No caixa, o faturamento da confecção cresce 15% ao ano.

"Acho que nem na Grécia e nem em outros países de economia madura. Na Grécia é pior ainda por conta da crise que esta instalada lá. Acho que o Brasil é um país grande, é um país ainda novo, jovem. Tem muito campo para explorar", acredita o empresário grego.

Os gregos não param de chegar ao bairro do Bom Retiro, no Centro de São Paulo, famoso pelo comércio de rua. Com a economia crescendo, o Brasil virou destino de muitos imigrantes que vêm de países em crise. No primeiro semestre deste ano, o número de vistos concedidos a estrangeiros cresceu quase 20%.

O número de europeus que vem pra cá cresce ano a ano. De 2009 para 2010 chegaram mais italianos, espanhóis, portugueses e gregos.

O negócio da consultoria Heys é encontrar vagas para executivos em empresas de vários setores. Antes da crise financeira de 2008, só 5% dos currículos recebidos eram de estrangeiros. Hoje já são 20%.

"O executivo vê a oportunidade de acelerar a carreira, viver uma economia emergente, adquirir um novo idioma e uma nova cultura. Isso, do ponto de vista de empregabilidade futura, é muito bom para o currículo. Além disso, o Brasil hoje oferece salários muito agressivos, com remunerações variáveis bastante acima da média no mercado mundial, especialmente nos grandes centros", observa João Márcio Souza, diretor da consultoria Heys.

As oportunidades aparecem no Brasil, porque os empresários estão confiantes na economia.
Mais de 80% das companhias nacionais pensam em contratar. Na Europa, onde o clima é outro, menos da metade das empresas pretende ampliar o quadro de funcionários.

Depois de um programa de estágio de quatro meses no Brasil, o analista de marketing Fabrice Wermus voltou pra Paris. Lá entrou para as estatísticas e passou seis meses desempregado. Decidiu voltar. Fabrice mostra a caixa de e-mails cheia de currículos de europeus que pedem uma ajudinha para seguir a mesma trilha.

"Antigo conhecido, pessoas que estudaram na mesma universidade, até pessoas que eu nem conhece, amigo do amigo que manda vários currículos. Na média eu recebo um a dois por semana", calcula o analista de marketing Fabrice Wermus.

O gerente de sustentabilidade Álvaro Torquemada encontrou no Brasil o emprego que cansou de procurar na Espanha. Casou-se com uma brasileira e está apaixonado pelo país.

"Um país que as pessoas adoram, tem uma boa reputação. É o Brasil dos brasileiros, com pessoas amáveis, alegres e educadas. Hoje é um país que tem tudo", destaca Álvaro Torquemada.

Os americanos ainda são os que mais solicitam visto para entrar no Brasil. Desde o início desse ano foram concedidos quase 1,9 mil vistos. Dos dez países que mais mandam imigrantes para cá, cinco são europeus.

Primeira Edição, aqui.

 

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