Lisboa, 29 jul (Lusa) - O deputado socialista eleito pela Europa, Paulo Pisco, questionou hoje o Governo sobre o acompanhamento e apoio a 420 trabalhadores portugueses de uma empresa de construção no Luxemburgo, cujos empregos estão em risco.
Em requerimento dirigido à Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, entregue hoje na Assembleia da República, Paulo Pisco quer saber se o Governo "está a acompanhar a situação (...) e a providenciar o apoio necessário aos portugueses atingidos".
Em causa estão 476 trabalhadores, 420 dos quais são portugueses, da empresa de construção luxemburguesa Socimmo que está em situação de falência iminente.
As dificuldades de tesouraria e a acumulação de dívidas na empresa de construção Socimmo dura há algum tempo, mas na quarta-feira os funcionários foram confrontados com a sua falência iminente.
A empresa tem as contas congeladas, os bancos estão a recusar-lhe financiamento e os trabalhadores têm dois meses de salários em atraso e quatro de horas extraordinárias.
Na quinta-feira, depois de uma manifestação dos funcionários da empresa em frente ao Ministério da Economia do Luxemburgo, os ministros da Economia, Jeannot Krecké, e do Trabalho, Nicolas Schmit, estiveram reunidos durante duas horas com a direção da Socimmo, os sindicatos e os representantes da banca na tentativa de encontrar uma solução.
No final do encontro, Jeannot Krecké disse que "não há nada a fazer" e que a "empresa vai à falência".
O Governo luxemburguês procura agora soluções que permitam pagar o mais rapidamente possível os salários em atraso.
No requerimento, Paulo Pisco lembra que "no passado havia uma relação de cooperação bastante construtiva" entre os Ministérios do Emprego de Portugal e do Luxemburgo, questionando o Governo sobre se o Ministério da Economia e do Emprego está "a diligenciar esforços de diálogo com os seus homólogos luxemburgueses para a melhor resolução do problema".
Segundo as estatísticas oficiais, residem no Luxemburgo 76.600 portugueses, mas fontes da comunidade garantem que com as chegadas dos últimos anos o número de emigrantes poderá chegar já aos 100 mil.
Os portugueses trabalham maioritariamente por conta de outrem em setores como a construção civil e obras públicas, serviços domésticos, hotelaria, restauração, agricultura, indústrias e serviços (bancos e seguradoras).
O desemprego entre a comunidade portuguesa atinge os 30 por cento.
CFF.
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