"O aumento do número de transações registado em agosto foi particularmente significativo no interior Norte, fruto do efeito sazonal do regresso dos emigrantes", adiantou Luís Lima, considerando que são "um potencial de negócio" em que é preciso refletir.
Luís Lima defende que o facto de os emigrante terem voltado a comprar casa no seu país é um sinal positivo.
"Este fenómeno é inclusivamente suscetível de ser corroborado pelos dados do Banco de Portugal sobre as origens do investimento direto estrangeiro no imobiliário nacional que apontam a França e a Suíça, como dois dos principais pólos investidores em Portugal, precisamente pelo efeito dos emigrantes", salientou.
Os distritos de Viseu, Guarda e Bragança foram os que registaram maiores incrementos do dinamismo imobiliário em agosto (com taxas de crescimento mensais de 58,6%, 82,3% e 72,9%, respetivamente) e os de Lisboa, Portalegre e a Região Autónoma da Madeira, os que sofreram maiores contrações, todas elas superiores a 25%.
De acordo com estimativas da APEMIP, ao longo dos oito primeiros meses de 2011 foram transacionados entre 130.000 a 135.000 imóveis (tanto urbanos, como rústico e mistos).
Só em agosto, este dinamismo situou-se entre os 16.350 e os 16.800 negócios concretizados, o que se traduziu num crescimento mensal de 3,3% face a julho.
Pela primeira vez este ano registaram-se dois meses consecutivos de expansão imobiliária (sobretudo visível no interior norte que não foi sentida nas áreas metropolitanas).
As estimativas da APEMIP referem que as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto concentram cerca de 32,2% das vendas registadas em Portugal este ano (25,2% apenas em agosto).
A Área Metropolitana de Lisboa representa 19,9% das transações imobiliárias registadas em termos nacionais em 2011, (14,6%, considerando apenas agosto), sendo que a do Porto não foi além dos 12,1% ao longo dos últimos oito meses (10,4% em agosto).
"O período de verão penalizou de forma significativa as áreas metropolitanas (que registaram uma quebra mensal, em agosto, de 19,4%) que, desta forma, não acompanharam a dinâmica nacional que se manteve em terreno positivo", sublinha a associação.
Em termos nacionais, cerca de 30 municípios conseguiram já assegurar a realização de, pelo menos, 1.000 transações imobiliárias desde o início do ano (9,7% dos 308 concelhos portugueses) e 43 ainda não conseguiram garantir a concretização de, pelo menos, 100 negócios imobiliários ao longo do primeiro semestre (o que é sinónimo de uma média mensal de transações inferior a 13 ocorrências), acrescenta.
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