"Estamos à espera de uma adesão muito boa, entre mil e três mil manifestantes", disse hoje à Lusa António Justo, porta-voz do conselho consultivo junto do vice-consulado. A manifestação é apoiada também pela Federação das Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA), pelas associações portuguesas locais e pelos conselheiros da comunidade portuguesa na Alemanha.
Todos eles consideram que o encerramento daquela representação diplomática "terá consequências muito negativas" para os luso-descendentes. Mais de 20 mil utentes do vice-consulado de Frankfurt teriam de passar a recorrer aos consulados-gerais de Estugarda ou de Dusseldórfia, ambos a mais de 200 quilómetros de distância, alegam os organizadores da manifestação.
Um abaixo-assinado contra o fecho do vice-consulado, a entregar em breve ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, foi entretanto subscrito por mais de mil portugueses, e até ao dia da manifestação deverá recolher ainda mais apoiantes, disse à Lusa António Justo.
"Mas não é só o atendimento aos portugueses que está em causa, são os contactos comerciais de Portugal em Frankfurt, capital financeira da Alemanha, onde existem 94 consulados", sublinhou. Em alternativa ao encerramento do vice-consulado, os portugueses radicados na área de Frankfurt propõem a despromoção de um dos outros consulados-gerais existentes na Alemanha (Hamburgo, Estugarda ou Dusseldórfia) a vice-consulado, o que, sustentam, chegaria para cobrir as despesas de funcionamento de Frankfurt.
"Bastava suprimir o ordenado de um cônsul geral para manter Frankfurt", garantiu António Justo. O porta-voz do conselho consultivo disse ainda estar em conversações com o secretário de Estado das comunidades, José Cesário, que receberá uma delegação dos luso-descendentes de Frankfurt a 07 de Novembro.
Também já houve contactos com o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, que perspectivou uma reunião com os representantes dos portugueses para final de Novembro, acrescentou a mesma fonte. "Tem havido abertura nas conversações com Lisboa, e receptividade ao nosso argumento de que é melhor poupar em todos os consulados para manter Frankfurt", indicou António Justo.
Fonte diplomática disse entretanto à Lusa que entre as soluções para o problema poderá estar a renegociação da renda do vice-consulado, actualmente de 5.300 euros mensais, mas que poderá passar a custar menos de metade, e a passagem à reforma de alguns funcionários. O vice-consulado de Frankfurt serve três Estados federados na Alemanha, Hessen, Renânia-Palatinado e Sarre, com uma área que corresponde a metade da superfície de Portugal continental.
Correio da Manhã, aqui.