HÁ cerca de três anos, uma exposição fotográfica do haitiano Gérald Bloncourt no Museu Berardo deu uma projecção mediática muito grande ao tema dos bidonvilles de Paris, retratando as condições difíceis que os primeiros emigrantes portugueses encontraram em França. Ficou-se a saber que muitos outros fotógrafos captaram imagens dessa dura realidade. Imagens de gente vencedora, de gente com coragem, que conseguiu ultrapassar todas as dificuldades e construir vidas plenas de êxito.
Mas o que poucos sabem é que entre todos esses fotógrafos há um português, há um covilhanense, que teve a vantagem de olhar a emigração por dentro, de sentir na pele a dureza dos bairros de lata parisienses, pois também lá viveu. António Lourenço Luís não era um profissional e por isso não tinha possibilidade de comprar máquinas caras, mas mesmo assim o seu testemunho fotográfico é tão bom ou melhor do que os dos outros.
"Eu tinha 17 anos quando comecei a fotografar os bidonvilles em Paris. Era um miúdo que apenas sabia o básico da fotografia, aprendido com um curso brasileiro tirado por correspondência. E nessa altura não estava muito preocupado com a técnica. Queria era tirar fotografias àquele cenário que me chocou e enviar para Portugal, para todos perceberem que nem tudo era um mar de rosas em França", conta António L. Luís, que nos faz um filme da sua vida.
Veja todo o artigo na edição semanal.
Por: Filipe Sanches
Jornal do Fundão, aqui.