"As pessoas não podem ser demasiado otimistas e não podem pensar que Macau é a solução para tudo. Não é, e quando chegam aqui enfrentam algumas dificuldades. De qualquer modo, Macau só tem a ganhar entrosando as pessoas que vão chegando com preparação e 'know-how'", disse Amélia António, à margem das comemorações do 10 de junho.
A presidente da CPM respondia assim a uma questão sobre a nova vaga de emigrantes portugueses para Macau, mostrando "cautela" sobre as expetativas dos que depositam esperanças no desenvolvimento económico da Região em contraste com a crise em Portugal e na Europa.
"Eu não sei se há espaço para toda a gente. Sou muito cautelosa nesse tipo de observação porque acho que Macau precisa de gente qualificada e de know-how e a emigração que temos tido para Macau nos últimos tempos é de gente jovem, qualificada, capaz de dar um bom contributo a Macau", afirmou.
Por outro lado, explicou, "há problemas linguísticos e há problemas de acesso ao trabalho porque este tipo de pessoas que chega qualificada, mas não dominando a língua local, tem grandes dificuldades de enquadramento em instituições oficiais e fica com o seu universo de trabalho um bocado limitado à área privada".
"E a área privada que domine a língua portuguesa não é tão grande, e muitas das empresas de Macau, mesmo que usem o inglês, não estão tão vocacionadas para terem pessoal tão qualificado ou tão especializado, o que faz com que nem sempre seja fácil enquadrar os que vão chegando", acrescentou.
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