"Temos de vender mais a nossa cultura, a nossa história, o nosso povo, a nossa comida, a nossa hospitalidade. É nas crises que precisamos mais" de visibilidade, afirma a mentora da iniciativa, a gestora financeira Domitília Santos.
A corrida matinal de 8 quilómetros, organizada pelo colectivo Portuguese Circle e possibilitada por patrocínios do Turismo de Portugal e algumas empresas, terminou com uma mostra de produtos, desde os pastéis de nata à bica e ao atum, ao som da tuna do Instituto Superior Técnico e da fadista luso-americana Nathalie Pires.
"É um dia de Portugal diferente. É um dia de Portugal desenhado especificamente para educar, mostrar o nosso Portugal aos americanos", adianta Domitília Santos.
Na sua segunda edição, desta vez com patrocínio do Presidente da República, o evento terminou sem certezas quanto à sua continuidade, que depende da manutenção dos patrocínios.
Para o embaixador de Portugal em Washington, Nuno Brito, o evento foi o "culminar das celebrações que tiveram lugar pela América toda" nas últimas semanas e uma oportunidade para transmitir uma imagem positiva do país, em altura de "dificuldades".
"Uma das coisas que temos de fazer é mostrarmos boa cara, mostrar optimismo e projectarmos um pensamento positivo no exterior. É a única maneira de criarmos confiança", afirmou à Lusa o diplomata.
Entre os mais de 4.400 corredores a cruzar a meta esteve o embaixador da União Europeia em Washington, João Vale de Almeida, num "dia importante para Portugal e para a Europa", que aguarda com alguma tensão os resultados das eleições na Grécia.
"O espírito hoje é de motivação e combatividade pelos valores e ideais da Europa e de Portugal", disse à Lusa Vale de Almeida.
Outro corredor foi o director do Turismo de Portugal, Frederico Costa, que sublinhou a importância das marcas e empresas portuguesas se mostrarem "no centro do mundo".
"A possibilidade de Portugal estar aqui no Central Park, juntar aqui largos milhares de pessoas acho que é uma mensagem de que Portugal existe, sabe organizar coisas, sabe divertir-se", disse à Lusa.
Entre os corredores, muitos dos quais fizeram o trajecto com camisolas da seleção de futebol ou com bandeiras às costas, o economista Sérgio Vieira foi dos portugueses a fazer melhor tempo, motivado pelo exercício físico e pela oportunidade de celebrar o país na sua cidade adoptiva.
"Temos de celebrar o que são os fundamentos da cultura portuguesa. Há momentos de crise, mas são ciclos", disse à Lusa.
Custódia Maria, alentejana que trabalha há cinco anos na cidade, veio pela primeira vez ao Dia de Portugal para "matar um pouquinho a saudade" do país.
"Para nós que somos imigrantes, é sempre uma boa razão para celebrar. A saudade de Portugal é muita", afirmou.
Susana Caldeira esteve entre os mais de 80 voluntários que se levantaram perto das 6h da manhã para ajudar na organização da mostra de produtos portugueses.
"Tenho vontade de ajudar a que seja conhecida a nossa cultura, pessoas, sorrisos. Estes eventos são muito importantes para ajudar a divulgar Portugal", disse à Lusa.
Apesar dos momentos serem difíceis, disse a jovem museologista do Metropolitan Museum, é preciso "ter esperança".
"Há um esforço comum de ajudar. Aquilo que está ao nosso alcance estamos a fazer", afirmou.
Público, aqui.