Mais de 300 famílias portuguesas, que já viveram na Venezuela e tentaram regressar a Portugal, voltaram nos últimos tempos ao município de Quibor, no estado de Lara, disse, esta quarta-feira, o ministro de Estado para a Transformação de Caracas.
"Muitos estão a regressar, estive a falar com o presidente da câmara municipal que me disse que em Quibor (...) já estão mais de 300 famílias portuguesas que foram [embora] nestes anos e regressaram", afirmou Farruco Sesto, que também dirige o gabinete presidencial para projetos especiais.
Quibor situa-se a 370 quilómetros a oeste de Caracas.
O ministro explicou que alguns dos portugueses imigrados na Venezuela "partiram quando na Europa ressurgiu o Estado de bem-estar".
"Eram bons artesãos da madeira, do ferro, da construção, bons artesãos, cujos filhos já regressaram", frisou.
A Venezuela é um país que se carateriza por acolher cidadãos de outras localidades, explicou.
"Temos 32 línguas de raízes originárias, desde o começo dos tempos. E temos também uma comunidade afrodescendente desde o tráfico de escravos e uma comunidade conformada por muitas emigrações de Portugal, da península e das ilhas da Madeira e dos Açores", disse.
Precisou que além dos portugueses, a Venezuela está a receber a "emigração espanhola, italiana, chinesa, japonesa, equatoriana, argentina" e que "durante a ditadura vieram muitos argentinos e chilenos".
"É [a Venezuela] um país que recebe muito generosamente os emigrantes de todo o mundo e é parte da sua cultura, há uma diversidade de cultura e, tradicionalmente, o povo venezuelano e o povo português têm-se dado muito bem, e a nível de governo também tem havido umas boas relações neste anos", frisou.
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