A construção não precisou que os responsáveis políticos incentivassem os portugueses à emigração. Bem pelo contrário. Com o setor mergulhado numa profunda crise há uma década, rapidamente os trabalhadores começaram a procurar melhores condições por outras paragens.
Entre 2006 e 2010, pouco mais ou menos, Espanha foi o destino privilegiado, chegando a albergar mais de 90 mil trabalhadores da construção. Mas o país não ficou imune à crise do imobiliário e, rapidamente, os portugueses procuraram outras paragens. O regresso a Portugal foi, diz o Sindicato da Construção, meramente temporário, servindo de plataforma para nova partida. França tem hoje 20 mil trabalhadores portugueses da construção e Inglaterra e Holanda albergam, em conjunto, cerca de 30 mil. O Dinheiro Vivo apresenta-lhe um retrato da emigração no setor.
400 empregos para o Canadá
Empresa canadiana quer contratar 400 pessoas e oferece 10 vezes mais do que o salário da construção em Portugal: 5500 euros versus 545 euros mensais. Numa semana, o sindicato recebeu mais de 7000 chamadas de interessados.
Atenção às redes mafiosas
Sindicato da Construção alerta para falsos recrutamentos, prometendo trabalho com visto de turismo. Cobram 500 euros aos operários qualificados e 300 aos não qualificados.
Brasil promete
França, Inglaterra, Moçambique e Angola são os principais destinos. A crise destronou Espanha como destino de eleição, onde chegámos a ter mais de 90 mil portugueses. O Brasil, com o Mundial de Futebol e os Jogos Olímpicos, é a grande promessa, esperando-se que crie "milhares de oportunidades".
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