Questionado na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas por Gabriela Canavilhas, do PS, e Bernardino Soares, do PCP, sobre a privatização da RTP, Paulo Portas referiu-se ao "muito importante" serviço público da estação televisiva.
"Considero o serviço público aos emigrantes e aos países africanos de língua portuguesa muito importante. Esta foi a definição do Ministério dos Negócios Estrangeiros defendida institucionalmente", disse Paulo Portas
Durante mais de três horas dos trabalhos da comissão, os deputados da oposição insistiram várias vezes para que o ministro falasse sobre as medidas de austeridade.
Mas Paulo Portas apenas se referiu ao assunto, à entrada da reunião, para dizer que vai primeiro reunir os órgãos do CDS-PP e só depois se pronunciará sobre as novas medidas de austeridade apresentadas hoje pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar.
No final dos trabalhos da comissão, a deputada Maria de Belém, do PS, aconselhou o líder e os dirigente do CDS-PP a refletirem sobre a posição do ministro Veiga de Macedo, "que, nos anos 1960, impediu Salazar de mexer nas contribuições sociais porque se tratava de mexer no dinheiro dos trabalhadores".
Maria de Belém Roseira pediu também a Paulo Portas para refletir sobre as palavras do ex-ministro das Finanças Bagão Félix, produzidas durante o fim-de-semana sobre as medidas de austeridade, e finalmente citou uma carta aberta de Eugénio Lisboa, antigo presidente da Comissão Nacional da Unesco, que escreveu no sábado uma carta aberta ao primeiro-ministro, Passos Coelho, em que afirma que os portugueses se sentem exilados no seu próprio país.
Lusa, aqui.