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Direcção da RTP contesta solução de José Cesário para RTPi
2012-09-14
O director dos canais internacionais da RTP, Jaime Fernandes, discordou hoje do secretário de Estado das Comunidades a respeito do futuro da RTP Internacional, considerando que a privatização não irá contribuir para a melhoria da qualidade da programação.

Na quinta-feira, o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, afirmou que a RTP internacional tem "uma programação lamentável", considerando que o canal "tem sido o parente pobre da RTP" e que "só no contexto da privatização total ou parcial da [televisão] pública essa questão poderá ser resolvida". 

José Cesário participava na iniciativa "Entrevista Pública", organizada na rede social Facebook pelo LusoJornal, um semanário dirigido à comunidade portuguesa em França e na Bélgica. 

Hoje, em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado das Comunidades explicou que considera que os conteúdos transmitidos pelo canal internacional da televisão pública estão "muito aquém" daquilo que é necessário, e voltou a dizer que espera que, "na mudança que a RTP sofrerá, possam vir a verificar-se mudanças significativas e alterações positivas [no canal], também a partir de uma maior intervenção dos privados". 

"A RTP Internacional, exclusivamente pública, embora com alguns programas de canais privados, como nós temos até ao momento, é manifestamente inadequada para a imagem que queremos dar de um Portugal moderno", concluiu. 

Em reacção às opiniões do secretário de Estado sobre este assunto, que também foram emitidas na RTP1, Jaime Fernandes, da direcção dos canais internacionais da televisão pública, afirmou, num email enviado às redacções, que "dizer que a privatização irá contribuir para a melhoria da programação é antecipar mais um cenário que tem muito de ficção e que colide com a realidade de que é feito o dia-a-dia destes canais". 

"Só por desconhecimento se fazem juízos de valor como os que foram feitos. Os canais internacionais da RTP e a RTP África programam diariamente setenta e oito horas de entretenimento e informação com o objectivo de chegar a todos os portugueses dispersos por todo o mundo", escreveu o responsável. 

Jaime Fernandes argumentou ainda que "toda a informação [destes canais] é assegurada pela direcção de informação da RTP", que "a enorme dispersão dos fusos horários obriga a uma pormenorizada programação, que visa privilegiar todos os horários com a programação mais adequada", e que "durante o ano de 2012 aumentaram significativamente as horas de produção própria, com reflexos positivos na imagem dos canais". 

Público, aqui.

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