O primeiro-ministro defende que «a emigração nunca foi proposta como política nacional» ou «solução para todos os males»,
sublinhando que o Governo quer «dar condições» para que todos encontrem oportunidades em Portugal.
«Nunca,
nesse
debate, a emigração foi proposta como uma
política nacional, nem como uma espécie de solução genérica de todos os
males»,
afirmou Passos Coelho, na sessão de
abertura do Seminário «A Emigração Portuguesa na Europa - Desafios e
oportunidades».
No
encontro na Fundação Dr. António Cupertino
de Miranda, o primeiro-ministro quis «reafirmar o que sempre este bem
assente»,
apesar do «debate intenso» gerado em torno
do tema emigração «no último ano».
«Os objetivos da política
geral e setorial
de qualquer Governo têm de ser os de dar
condições para que todos passam encontrar no nosso país as oportunidades
que procuram
para realizar os seus projetos de vida»,
afirmou.
Para Passos Coelho, o tema da emigração é «importante e
como tal
deve ser objeto de um debate cívico
amadurecido e sereno» e não do «recurso à distorção e caricatura».
«No
último
ano, o debate em torno desta questão foi
particularmente intenso. Temos de preservar a limpidez dos argumentos e
respeitar
a formulação de propostas. Temos tudo a
perder com o recurso a distorção e à caricatura. Esta é uma boa ocasião
para recordar
que nunca nesse debate a emigração foi
proposta como uma política nacional, nem como uma espécie de solução
genérica para
os nossos males», disse.
O
primeiro-ministro frisou que é «também a pensar nos milhares e milhares
de pessoas que
tiveram de deixar o país em resultado da
estagnação da economia nacional que o Governo está a trabalhar todos os
dias».
«Para
que todas essas pessoas possam olhar para
Portugal como o lugar onde queiram e possam trabalhar, ganhar as suas
vidas e educar
os seus filhos, é preciso atacar o
problema da dívida, do défice e da despesa pública», notou.
Aos
portugueses que
emigraram por «razões de estrita
necessidade económica», Passos Coelho quis dizer que o Governo tudo está
«a fazer para recuperar
o nosso país e a nossa economia do colapso
a que nos deixaram chegar».
«Estamos a fazê-lo para que quem
saiu, se
for esse o seu desejo, possa regressar sem
o receio de voltar a ver negadas as oportunidades que procura»,
observou.
De
acordo com Passos Coelho, a crise e a
austeridade iniciadas em 2011 apenas acentuaram os números da emigração
portuguesa,
que «pelo menos desde o início deste
século que estiveram a crescer».
«Estamos a falar de dezenas de
milhares de
pessoas ano após ano. As razões desta
subida são relativamente simples: a estagnação económica e social do
país foi negando
as oportunidades que muitos procuravam e
não encontravam. E a emergência nacional que se instalou em 2011 apenas
acentuou
o problema», vincou.
O
primeiro-ministro referiu que «a emigração portuguesa dos últimos anos
não discriminou especializações
profissionais nem qualificações
escolares», já que saíram do país pessoas «de proveniências diferentes,
com níveis de estudo
muito distintos e perfis profissionais
muito diversos».
Tvi 24, aqui.