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Dupla nacionalidade: a segunda oportunidade para muitos emigrantes portugueses
2012-11-21
Catorze anos depois de sair do Canadá, Vanessa regressou ao país e, por ser cidadã canadiana, a par de portuguesa, teve imediatas "boas-vindas" dos agentes da imigração.

Em mês e meio, após a chegada a 04 de outubro, Vanessa P., de 23 anos, conseguiu já dois pequenos empregos e o seu apartamento. Está feliz e otimista pelas oportunidades que se abrem no Canadá, reconhecendo a sorte de ter dupla nacionalidade, que outros interessados em emigrar para este destino não têm.

Por ser canadiana, a sua entrada no país não tem quaisquer restrições, tendo apenas de regularizar as situações fiscal e social para usufruir de plenos direitos, como qualquer outro nacional.

"À chegada ao aeroporto de Montreal, mostrei aos agentes [de Imigração] os meus dois passaportes. O canadiano estava já caducado, mas entreguei a minha certidão de nascimento no Canadá", relembra Vanessa, em declarações à agência Lusa em Montreal.

"Quis vir para o Canadá porque não tinha esperança de futuro em Portugal", diz Vanessa

Quando a questionaram sobre a razão da entrada no país, respondeu que estava de regresso, tendo estado anos a estudar em Portugal.

"De imediato, os agentes disseram-me: Bem-vinda!", diz.

Nascida em Laval, perto de Montreal, Vanessa, filha de um casal de emigrantes, teve ali a vida normal de qualquer criança, frequentando a escola, até que aos nove anos os pais decidiram regressar a Portugal, devido às saudades e a razões familiares.

Em Portugal, prosseguiu os estudos, obtendo uma licenciatura em jornalismo pela Universidade de Coimbra e um mestrado da Universidade do Porto, mas teve de se conformar a um emprego fora da sua área de habilitações académicas, auferindo "pouco mais que o salário mínimo, incluindo trabalho nos fins de semana".

Voltar para "construir alguma coisa"

A ideia de voltar ao país natal começou a assentar ainda durante o mestrado, e, face à crise económica, acabou mesmo por tomar a decisão, contando com o apoio total dos pais.

"Quis vir para o Canadá porque não tinha esperança de futuro em Portugal, de vir a ter casa própria, de ter meios para ter uma família e de construir alguma coisa para mim", desabafa.

Já em Montreal, os primeiros passos foram para atualizar a sua situação, obtendo o número de Segurança Social que lhe permite trabalhar, e para regularizar o acesso aos Serviços de Saúde públicos.

Com a ajuda de amigos, que a acolheram nas primeiras semanas, Vanessa começou de imediato a trabalhar e, apesar de ser só o início, diz que já ganha em duas semanas "o que ganhava em Portugal num mês".

Entretanto, mudou-se para um apartamento, que está a partilhar.

Vanessa mantém contacto pela Internet com os amigos, que gabam a sua coragem em deixar Portugal, mas que "ao mesmo tempo gostariam de ter uma oportunidade para emigrar".

Em situação diferente de Vanessa estão alguns outros portugueses entrados no Canadá nos últimos meses, com um visto turístico, que lhes dá direito a permanecer no país por seis meses, segundo disseram fontes da comunidade portuguesa à Lusa.

De acordo com as mesmas fontes, muitos deles terão a intenção de procurar emprego ou outras vias legais que os autorizem a residir por mais tempo, como a frequência de cursos profissionais ou estudos.

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