Nos últimos meses foram notícia casos de portugueses recém-chegados à Suíça, à procura de emprego, e que se viram obrigados a pedir ajuda a instituições, a dormir nos automóveis em que viajavam, ou mesmo na rua, em casos mais extremos.
"O número de casos delicados de que vamos tendo relato tem vindo a diminuir", disse à agência Lusa.
Para o secretário de Estado, que ouviu sobre este assunto responsáveis das Missões Católicas e de associações portuguesas na Suíça, esta tendência pode significar que "as pessoas hoje procuram precaver-se um pouco mais" antes de saírem de Portugal.
Ainda assim, assinalou, a comunidade portuguesa naquele país enfrenta alguns desafios em termos de integração, na reconversão profissional, nos casos de desemprego.
"As línguas locais são difíceis, e não é possível às pessoas terem acesso a determinado tipo de empregos se não dominarem o alemão. [Mas] a comunidade local está consciente disso, tem procurado mobilizar-se para ajudar os que mais precisam. E ficou o repto no sentido de poderem dinamizar-se mais ações, porventura com o nosso apoio", acrescentou.
No que respeita ao ensino da língua portuguesa, acrescentou, a comunidade emigrante na Suíça é "muito carente", afirmou José Cesário.
"O número de alunos que frequentam as nossas aulas de português -- cerca de 15 mil -- é muito elevado. Para a maioria daqueles jovens, mesmo os já nascidos na Suíça, o Português continua a ser a primeira língua", afirmou, considerando que, "para já", a atual oferta de ensino "deverá ser suficiente".
Contudo, disse ainda, "há aspetos que é preciso mudar e melhorar", nomeadamente na "relação das escolas com os professores locais", porque "continua a haver queixas relativamente a aulas que não são dadas, a atrasos, e à falta de ligação com a comissão de pais".
José Cesário disse também que o funcionamento do consulado, "que era problemático", está agora "completamente regularizado". As pessoas, acrescentou, estão "muito mais satisfeitas com o atendimento".
De acordo com as autoridades suíças, vivem 210 mil portugueses naquele país. O secretário de Estado admite que o número real da comunidade ultrapasse os 250 mil.
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