Os luso-descendentes estão a assumir "o controlo e o comando" de várias áreas do associativismo português na Venezuela, um "fenómeno recente" que, para o cônsul-geral de Portugal em Caracas, garante a preservação das raízes da comunidade.
"Nos últimos anos, esta geração de luso-descendentes, uma geração que nasceu na Venezuela, estudou aqui e portanto está cada vez mais bem preparada, está realmente a assumir o controlo e o comando da comunidade portuguesa, no associativismo e em todas as outras áreas", disse hoje à Lusa Paulo Santos, à margem de uma jornada de acção consular que teve lugar na ilha venezuelana de Margarita, 340 quilómetros a leste de Caracas.
"É um fenómeno bem recente, eles (luso-descendentes) estão a assumir as posições mais importantes dentro da comunidade, um exemplo disso é o novo presidente do Centro Português de Caracas (Juan Javier dos Santos Fernandes), clube que depois de 55 anos tem finalmente um presidente que é nascido na Venezuela", disse o cônsul-geral.
Interrogado sobre o facto de muitos luso-descendentes não falarem português, Paulo Santos disse que "alguns falam muito bem, sendo certo que realmente há um grupo importantíssimo que não fala, o que é preciso desmistificar".
"Estas pessoas apesar de muitas vezes não falarem português, porque realmente não tiveram essa oportunidade, têm amor a Portugal, carinho a Portugal e isso no fundo é o que interessa mais, têm orgulho de ser portugueses e querem defender as suas tradições e essa memória de saber que a sua família veio de Portugal", disse.
"O governo português nos últimos tempos tem feito um esforço acrescido no ensino da língua, consciente de que realmente essa lacuna existia, com a nomeação de uma nova leitora para a Universidade Central da Venezuela e o coordenador do ensino língua portuguesa", concluiu.
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