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Deputado Paulo Pisco critica Governo português por incentivar emigração
2013-06-11
O deputado do PS eleito pelo círculo da Europa, Paulo Pisco, teceu duras críticas ao Governo português, durante um almoço-debate sobre o Dia de Portugal organizado pelo portal Bomdia.lu, esta terça-feira, no Luxemburgo.

"O desemprego em Portugal é falha do Governo e é falha da Europa. A Europa chegou à conclusão de que tem de olhar para os jovens, porque o seu nível de desemprego é assustador, e lançou a iniciativa jovem que o governo de Passos Coelho acabou por aceitar. Há cerca de 175 mil jovens desempregados em Portugal, e o total de desempregados ronda um milhão, dos quais metade não tem direito a qualquer subsídio, o que é inaceitável", denunciou o deputado.

"O Governo deve ganhar consciência de que não pode continuar a dizer às pessoas para emigrar, embora tenha agora adoptado um discurso duplo. De acordo com o Banco de Portugal, a nossa sustentabilidade a médio prazo está em causa com este volume de emigração tão acelerado e com gente tão qualificada a sair. É preciso fazer tudo para que a nossa gente não tenha de emigrar: criar condições na economia, criar políticas de emprego activas e investimento no emprego, de forma a que esta 'sangria', que pode ser fatal para o país, tenha um fim", defendeu durante o almoço-debate, que decorreu no Café Chez Ana Paula.

Pisco criticou ainda as declarações do secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, que disse em Pretória, na segunda-feira, que "Portugal tem muito a ganhar com a emigração", o que para o deputado é "inaceitável".

"É uma verdadeira ofensa para os portugueses", diz. "Formámos gente com tanta qualidade e depois o Governo não consegue organizar a sua sociedade, a sua economia, para reter estes profissionais, é um país sem futuro. Portanto há aqui claramente uma desorientação política, uma falta de estratégia com consequências económicas e demográficas".

Para o deputado socialista, o executivo português "não se preocupa com a sua gente e deve pedir desculpa aos portugueses por estarem a ser empurrados para o estrangeiro". 

Consulado tem falta de recursos humanos

Ontem, o deputado esteve ainda com o cônsul de Portugal no Luxemburgo, Rui Monteiro, com quem discutiu a falta de funcionários no Consulado - um problema para o qual já alertou o Governo, disse ao CONTACTO.

"Neste momento, não há chefias intermédias, não há chanceler, não há vice-cônsul, não há conselheiro social, não há técnico de serviço social e, num país como o Luxemburgo, que está a ter tantos problemas sociais com a comunidade, o Governo devia dotar o Consulado de mais funcionários", disse Paulo Pisco ao CONTACTO.

"Sei que o nosso cônsul e a nossa embaixadora fazem tudo aquilo que podem para tornar eficaz a presença portuguesa, em termos diplomáticos, em termos de atendimento aos portugueses, mas eles confrontam-se com os cortes absurdos que estão a afectar a nossa presença diplomática consular", disse ainda o deputado.

No final da tarde, o deputado participou ainda num debate sobre o filme "Sangue do meu Sangue", no âmbito do 12º aniversário do Bomdia.lu, onde estiveram também o realizador Rodrigo Areias, José António Coimbra de Matos, presidente da Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo (CCPL), e o padre Belmiro Narino, editorialista do CONTACTO.

Patrícia Marques

Wort Lu, aqui.

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