Dos 715 escolhidos para o programa «Mais Médicos», 194 são brasileiros
que estudaram fora do Brasil e 521 são estrangeiros, sendo a maioria dos
selecionados de Portugal, Espanha e Argentina.
O contrato firmado
entre os médicos e o Governo brasileiro terá validade de dois anos e o
salário, em média, será de 3.300 euros, podendo ser ainda mais alto nas
áreas de difícil acesso, divulgou no sábado o Ministério brasileiro.
No
total, foram selecionados candidatos com registos de 50 países
diferentes e designados para atuar em 268 municípios brasileiros,
segundo o Ministério da Saúde do Brasil, referiu o portal de notícias.
O
Ministério da Saúde referiu que os selecionados, que vão trabalhar no
Sistema Único de Saúde (SUS/sistema público), serão integrados no
programa Mais Médicos, que visa ampliar o número de profissionais em
municípios do interior e na periferia das grandes cidades.
Os médicos
estrangeiros poderão exercer no Brasil sem fazer o exame de validação
do diploma de medicina, o Revalida, mas só terão autorização para
trabalhar na rede pública de saúde e em unidades específicas.
Pelas
regras do programa, os profissionais passarão por um período de três
semanas de preparação no Brasil antes de começar a trabalhar.
Tal deverá acontecer ainda em setembro.
Durante
a preparação, terão aulas de português, vão estudar o SUS, os
procedimentos e medicamentos usados na saúde pública brasileira, e
estarão sob avaliação. Cumprida essa etapa, os estrangeiros poderão
iniciar o trabalho.
Cada médico terá um supervisor vindo de uma
universidade federal que fará visitas periódicas - ainda não há
definição sobre a frequência desses encontros.
O supervisor também ficará à disposição para tirar dúvidas por telefone ou internet, segundo o Ministério da Saúde brasileiro.
O
programa Mais Médicos teve a procura de 15.460 médicos para 3.511
cidades. Só 938 profissionais brasileiros (6% do total) demonstraram
interesse no programa na sua primeira etapa, número que deve aumentar
com as próximas etapas de seleção.
A decisão de contratar médicos
estrangeiros é polémica e gerou contestações por parte de entidades
médicas, inclusivamente na Justiça, que negou alguns pedidos para
suspender o programa. A medida provisória que criou o Mais Médicos está
em debate no Congresso Nacional.
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