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Portugal é dos países da OCDE com mais emigrantes
2013-10-01
Quase um milhão e meio de portugueses «vivem» em países da OCDE

Quase 1,5 milhões de portugueses estão emigrados em países da OCDE, dez por cento dos quais têm educação superior, revelam dados da ONU e da OCDE.

Divulgados nas vésperas do Diálogo de Alto Nível sobre Migração Internacional e Desenvolvimento, que a Assembleia Geral das Nações Unidas realiza entre quinta e sexta-feira em Nova Iorque, estes são os números mais recentes sobre as tendências migratórias mundiais.

Segundo o documento agora tornado público pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) e o departamento de assuntos económicos e sociais das Nações Unidas, 1,492 milhões de portugueses são emigrantes em outros países da OCDE.

Com 14,2% dos nacionais a viver em outros países da OCDE, Portugal é um dos estados-membros - a par da Irlanda (16,1), do México (12,1) e da Nova Zelândia (13,9) - com maiores taxas de emigração.

Os dados revelam ainda que 12,9% dos licenciados portugueses estão emigrados em outros Estados da OCDE.

Portugal é assim dos poucos países analisados neste documento que têm uma taxa de emigração de licenciados mais baixa do que a taxa de emigração global.

A grande maioria (95%) dos 145 países estudados regista taxas de emigração de licenciados maiores do que as taxas de emigração global.

Na comparação de géneros, Portugal tem menos mulheres do que homens a emigrar, já que a taxa de emigração da população feminina é de 13,5%, contra a taxa global de 14,2%.

Número de imigrantes licenciados aumentou 70% em dez anos

O número de migrantes internacionais com educação superior na OCDE aumentou 70% na última década e há países com mais diplomados a viver no estrangeiro do que no próprio país, revelam números da ONU e OCDE.

Cerca de 27 milhões de imigrantes com educação superior viviam em 2010/11 nos países da OCDE, mais 70% do que em 2000.

Cerca de 30% de todos os imigrantes nestes países tinham formação superior e, destes, um quinto provinha de três países: Índia, China e Filipinas.

Um em cada nove africanos diplomados vivia num país da OCDE em 2010/11, enquanto a percentagem de pessoas nascidas na América Latina e Caraíbas com educação superior a viver na OCDE é de uma em cada 13. Um em cada 30 licenciados nascidos na Ásia estava emigrado num país da OCDE, revelam ainda os números.

O risco de «fuga de cérebros» é mais grave em países com populações pequenas ou em Estados insulares de regiões como África e América Latina e Caraíbas, revela o documento, que exemplifica com o caso da Guiana, onde quase 90% dos licenciados estão emigrados em países da OCDE.

Barbados, o Haiti e Trindade e Tobago são outros países que têm mais diplomados a viver no estrangeiro do que no próprio país, havendo também proporções significativas de licenciados emigrados em países como a Jamaica (46%), Tonga (44%), Zimbabué (43%) ou Maurícias (41%).

Em contraste, a maioria dos países da OCDE e dos países com grandes populações como o Brasil, a China, a Índia e a Rússia, tinham baixas taxas de emigração de licenciados (abaixo dos 3,5%).

Em quase todos os países de origem - em 137 dos 145 países analisados - a taxa de emigração dos licenciados excede a taxa de emigração total, o que reflete a seletividade da migração por nível de qualificação, refere o documento.

Portugal é uma das exceções a esta regra, já que a taxa de emigração de licenciados (12,9%) é inferior à taxa de emigração total (14,2%).

A «fuga de cérebros» é mais pronunciada nas mulheres do que nos homens, revela ainda o texto da ONU e da OCDE.

TVI24, aqui.

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