Por Margarida Videira da Costa
Ao contrário do que aconteceu com outras economias em crise, como a grega ou a espanhola, a imigração de população ativa portuguesa para outros países europeus diminui mais de 30% entre 2008 e 2009. O relatório da consultora aponta como razão principal o facto de os portugueses preferirem "países não europeus, como economias em maior crescimento e semelhanças linguísticas, como o Brasil".
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Se em 2008, eram 47 mil os portugueses a chegar a outro país comunitário para trabalhar, em 2011, este número viu-se reduzido a cerca de 32 mil. Ainda assim, em números relativos, a migração de portugueses dentro do espaço europeu continua a ser das mais numerosas, especialmente comparada com a grega (17 mil indivíduos em 2011), espanhola (24 mil em 2011) e irlandesa (55 mil).
O mesmo estudo ressalta ainda que 75% das inscrições na rede de emprego europeia EURES, são feitas por cidadãos de economias em crise. Nesta lista, Portugal surge em terceiro lugar. Em junho deste ano, cerca de 79 mil pessoas estavam inscritas nesta rede, cujo propósito principal é encontrar emprego noutro país comunitário. Espanha e Itália ocupavam o primeiro lugar.
Um país de reformados
Os resultados deste estudo
são particularmente relevantes para que a coordenação entre os sistemas
de segurança social europeus seja cada vez mais uma realidade. Alguns
estados, nomeadamente o Reino Unido, têm defendido em Bruxelas que
existe um fluxo de imigração que usufrui do sistema de saúde e segurança
social sem nunca ter trabalhado no país.
Curiosamente, Portugal é o segundo com maior percentagem de pensionistas estrangeiros que nunca trabalharam no país - cerca de 63%, quase o dobro da média europeia (36%). Uma realidade comum a países como Chipre e Espanha onde muitos cidadãos dos países nórdicos e centro-europeus escolhem disfrutar da sua reforma.
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