Entre mortos e emigrantes, Portugal perdeu 59.988 habitantes entre 2012 e 2013, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
As estimativas divulgadas esta segunda-feira apontavam para a existência de 10.427.301 pessoas a residir em Portugal, no final do ano passado. A tendência de decréscimo populacional vem já de 2010, tendo atingido no período em análise um valor de -0,57%.
Para o decréscimo populacional concorreu um saldo natural negativo. E aqui note-se que, apesar de ter diminuído o número de óbitos, o número de nados-vivos diminuiu ainda mais: 82.787 bebés nasceram em 2013, menos 7,9% do que em 2012. Quanto às mortes, registaram-se 106.543, menos 1% do que em 2012.
O segundo factor que ajuda a explicar a perda de população é o saldo migratório que se manteve em valores negativos pelo terceiro ano consecutivo, resultado da conjugação de 53.786 emigrantes permanentes (por mais de um ano) e de 17.554 imigrantes permanentes.
O INE sublinha ainda que o número de emigrantes é muito superior aos referidos 53.786 permanentes, porque a estes têm que se somar os 74.322 portugueses que saíram do país em 2013 com a expectativa de regressarem em menos de um ano.
Voltando ao saldo natural, o número médio de filhos por mulher atingiu um novo mínimo em 2013: 1,21 filhos por mulher. É um valor que tem estado em permanente declínio nos últimos dez anos.
Ao mesmo tempo, a esperança de vida continua a aumentar. No caso das mulheres, o número médio de anos que podem esperar viver à nascença aumentou para os 82,79 anos. Já entre os homens, esse valor fixou-se nos 76,91 anos.
Por causa disto, mas também da descida da natalidade e do impacto da emigração, Portugal surge ainda mais envelhecido nas estimativas do INE para 2013: o índice de envelhecimento passou de 106 para 136 idosos (com mais de 65 anos de idade) por cada 100 jovens com menos de 15 anos.
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