A maioria dos que partem para o estrangeiro tinha trabalho em Portugal, revela um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores na área da emigração. O trabalho integra um questionário acessível aos emigrantes através da internet, no site www.remigr.pt.
Numa análise dos resultados preliminares, o professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), João Peixoto, indica que "as três mil respostas obtidas em três meses são provenientes de 96 países". "Embora a maioria das respostas surjam do Reino Unido, Alemanha, Brasil, Angola, França e Suíça - principais destinos da emigração mais recente - há também respostas de portugueses que estão a trabalhar em países menos conhecidos como o Vietname ou as ilhas Fiji.
O investigador acrescenta que "a maioria responde que no estrangeiro obteve um melhor salário face ao vencimento pago em Portugal". Estabilidade profissional e perspectivas de carreira são dois outros indicadores que os emigrantes dizem ter alcançado no estrangeiro e que não existiam em Portugal.
Embora 20% dos emigrantes tivesse deixado Portugal na situação de desempregado, João Peixoto refere que os outros 80% trabalhavam e que mesmo assim partiram.
João Peixoto indica que a maioria das respostas são de pessoas com um grau de habilitações alto e da faixa etária dos 30 a 34 anos.
Interrogados se algum dia tencionam voltar para Portugal, dois terços dão uma resposta positiva. "A grande maioria mantém contato com Portugal. Vêm ao nosso país regularmente mais de uma vez por ano", acrescentou.
O investigador do ISEG reconhece que realizar um inquérito na internet leva a um maior número de respostas entre os emigrantes mais jovens. A fim de ser alargado o estudo "Regresso ao Futuro: A nova Emigração e a relação com a Sociedade Portuguesa" a um número mais alargado de emigrantes haverá também um inquérito de rua.
É possível responder ao inquérito através da página na internet www.remigr.pt. O questionário surge no espaço inquérito.
Ver Correio da Manhã, aqui.