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Ideia que emigração acabou é ilusão de óptica
2009-06-07
Emigração portuguesa está ao nível dos anos 60

A emigração portuguesa está actualmente ao nível dos anos 1960, mantendo-se a tendência de fixação nos países de destino, defende o coordenador do Observatório da Emigração, que considera ilusória a ideia de que as saídas estagnaram.

"Há características novas nesta emigração, mas no essencial diria que se mantém uma emigração de fixação no destino que não deve ser, neste momento, inferior à média dos anos 50/60", disse Rui Pena Pires.

Numa entrevista à Agência Lusa, a propósito do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que se assinala a 10 de Junho, o coordenador científico do Observatório da Emigração rejeita a ideia de uma vaga repentina de emigração, considerando que se tem mantido constante desde a adesão de Portugal à União Europeia.

"Não é um fenómeno novo. Houve uma ilusão de óptica. Com a transformação de Portugal também em país de imigração, houve uma concentração do olhar sobre a imigração, mas todos os dados disponíveis mostram que a emigração praticamente só esteve parada em 1974/75 e nos anos da integração europeia".

No âmbito do Observatório da Emigração, criado no início do ano pelo gabinete do secretário de Estado das Comunidades, uma equipa de investigadores do Instituto Superior de Ciência do Trabalho e da Empresa (ISCTE) está a recolher informação sobre os portugueses emigrados.

Os primeiros dados recolhidos, relativos ao período 2000-2005 deverão ser disponibilizados on-line ainda este mês.

Segundo Rui Pena Pires, os dados agora obtidos vêm confirmar o Reino Unido e a Espanha como novos destinos de emigração na Europa e permitem "ter uma ideia do crescimento recente da emigração para Angola".

"Toda a emigração para o Espaço Económico Europeu cresceu, nomeadamente em países como o Reino Unido ou a Suíça, mas o crescimento mais importante dos últimos anos é para Angola", onde há cerca de 100 mil portugueses, números que não "andam muito longe" dos oficiais.

"A emigração para os Estados Unidos, Canadá ou Venezuela não desapareceu, mas baixou, quando comparada com os novos destinos", diz, acrescentando que a França é o único país que mantém um fluxo regular e constante de emigrantes portugueses.

"Talvez o único número que é bastante diferente de tudo o que se estava à espera é (...) na África do Sul, que com toda a informação disponível é muito, muito, muito inferior a tudo o que sempre se disse", refere.

DNOTICIAS.pt, aqui, acedido em 8 de Junho de 2009.

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