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Remessas de Angola triplicam nos últimos quatro anos com "boom" na emigração
2009-04-01
Lisboa,1 Abr (Lusa) - O crescente número de portugueses em Angola, em 2008, tem paralelo no "boom" das remessas destes emigrantes para Portugal, ao triplicaram nos últimos quatro ano para 70,9 milhões de euros, indicam dados do Banco de Portugal, hoje divulgados.

"Estamos perante uma explosão da presença dos portugueses em Angola e o crescimento em 47,3 por cento em 2008 do valor das remessas dos residentes portugueses deste país para Portugal, face a 2007, é extraordinária", afirmou à agência Lusa o economista da Universidade Católica, João César das Neves.

De acordo com cálculos elaborados pela Lusa, as remessas de emigrantes portugueses a residir em Angola registaram um acréscimo de 13,1 por cento em 2005, face ao ano anterior, para 23,4 milhões de euros.

Em quatro anos triplicaram, de 13,1 por cento em 2005, para 32,9 milhões de euros em 2006, um ano depois para 48,1 por cento e terminado com um crescimento de 47,3 por cento no final de 2008.

A evolução crescente da emigração portuguesa para Angola apresenta "um padrão consistente" no tempo, que em nada tem a ver com a altura em que se desencadeia a crise internacional.

"Esta é uma tendência que não tem a ver com a crise, o mesmo se passando com a remessas dos emigrantes, tendo ambos os movimentos tendência para se reforçar", explicou à Lusa o economista.

Os dados do Banco de Portugal permitiram perceber que a entrada de remessas dos emigrantes angolanos em Portugal têm mantido um padrão de evolução praticamente constante ao longo dos últimos cinco anos.

As remessas dos angolanos para Portugal que se situavam em 11,1 milhões de euros em 2004, passaram para 13,7 milhões no ano seguinte, 11,5 milhões em 2006, e no final de 2007 e 2008 fixaram-se em 12,2 milhões e 13,1 milhões de euros, respectivamente.

"É [um fenómeno] espantoso", disse à agência Lusa um economista do Instituto Superior de Economia (ISEG), reportando-se à evolução das remessas dos portugueses de Angola para Portugal.

"No início da década havia uma situação mais ou menos equilibrada entre remessas de ambos os povos, para Portugal ou para Angola", explicou.

Nos últimos anos, está-se perante um fenómeno em que as remessas em valor para Angola dos seus nacionais estabilizaram, o que denota que "o rendimento auferido corresponde a salários baixos" e a entrada de angolanos em Portugal "estabilizou ou alguns saíram do país".

No caso de Portugal, "estamos em presença de emigrantes com salários superiores e a preocupação em enviar remessas para Portugal é fundamental para melhorar o nível de vida dos familiares", salientou.

JS

 Agência Lusa, aqui, acedido em 02 de Abril de 2009

 

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