Uma semana depois dos ataques terroristas em Paris a tomada de reféns
desta sexta-feira em Colombes, nos arredores de Paris, e que terminou
com a rendição do sequestrador, foi mais um teste ao sangue frio dos
portugueses que moram na região.
É o caso de Luís Nunes que trabalha na área onde aconteceu a tomada de
reféns na estação de correios e que passava na zona quando viu
"helicópteros no ar". O eletricista, há mais de 40 anos a viver em
França, conta que viu jovens "a fazer o V de Vitória" e que há "novitos"
que pensam que "os atentados são bons para eles".
Ana Padrão vive em Bezons, a meia hora a pé do local onde houve a tomada
de reféns, e também foi impedida de passar devido ao incidente. "Havia
muita polícia e muitos carros parados. Muita gente. Estava tudo tapado e
ficámos aqui bloqueados", descreveu à Lusa. A portuguesa - que também
vive há mais de 40 anos em França - disse estar com "medo".
Também João Oliveira tem "evitado" os centros comerciais e afirmou à
Lusa que "é um bocado arriscado andar por aqui".
Esta tarde, o trabalhador da construção civil passou "por acaso" junto à
zona onde houve a tomada de reféns e foi obrigado a estacionar o carro
por não poder passar. "O que é que eu vi? A polícia a vir para aqui, a
polícia, os bombeiros. Cortaram tudo e não deixam passar", contou o
português.
Por volta das 15h30 locais (14h30 em Lisboa), uma hora e meia depois da
situação de emergência ter começado, o tráfego foi restabelecido junto à
estação de correios e os transportes públicos voltaram a funcionar. O
homem que fez dois reféns rendeu-se às forças policiais que o cercavam,
segundo o canal francês BFMTV.
Ver Correio da Manhã, aqui.