Vários esquemas de
fraude nos Estados Unidos estão a contactar emigrantes indocumentados,
inclusive nas comunidades portuguesas, pedindo o pagamento de impostos
previstos nas novas medidas do Governo de Barack Obama.
As vítimas deste esquema são contactadas por telefone e é-lhes dito que,
para serem abrangidas pela nova lei, têm de pagar impostos referentes a
anos anteriores e dizem que esse dinheiro deve ser imediatamente pago
através de cartão multibanco ou transferência bancária.
"Quem faz a chamada pode identificar-se como funcionário do IRS ou não.
Estes vigaristas são convincentes. Usam nomes falsos e números de
identificação do IRS inventados. Podem saber muito sobre a pessoa para
quem chamam e normalmente fazem com que o número de que ligam se pareça
com o do IRS", explicou a instituição fiscal norte-americana em
comunicado de imprensa.
"IRS nunca vai ligar e exigir um pagamento imediato"
O procurador-Geral do estado de Rhode Island, Peter F. Kilmartin, onde
existe uma numerosa comunidade açoriana, também emitiu um comunicado, em
que refere que "o mais importante é lembrar que o IRS nunca vai ligar e
exigir um pagamento imediato".
Em alguns dos casos, é prometido aos emigrantes que passarão à frente de
outros candidatos. Noutros casos, é mesmo feita a ameaça de que serão
deportados caso o pagamento não seja feito.
Na quarta-feira, os Serviços Sociais Católicos de Fall River organizam
uma sessão de esclarecimento sobre a ação executiva, que oferece
proteção a cerca de cinco milhões de indocumentados, e sobre os novos
esquemas de fraude. "Este evento vai ser dirigido à comunidade que fala
português. Há um número significativo de pessoas que falam português que
podem beneficiar", disse a diretora legal da instituição, Schuyler
Pisha, ao "O Jornal".
A ação executiva (conhecida por DAPA, na sigla em inglês para The
Deferred Action for Parental Accountability) começa a aceitar
candidaturas em maio e dará vários direitos aos emigrantes abrangidos,
que poderão obter cartão da Segurança Social, carta de condução e ficam
protegidos de deportação.
"Há muita informação errada a circular"
A diretora do Centro de Apoio ao Imigrante de New Bedford, em
Massachusetts, Helena da Silva Hughes, onde também estão a ser
organizadas sessões de esclarecimento, diz que "há muita informação
errada a circular e muitos esquemas de fraude".
"Há falsos advogados, notários, agências de viagem e contabilistas que
aproveitam o facto de esta população ser muito vulnerável para ganhar
dinheiro", explicou a responsável à agência Lusa.
Ver Correio da Manhã, aqui.